PREFÁCIO
Vários são os fatores que me estimularam
a preparação desse estudo, um deles foi: a falta de conhecimento sobre o
assunto a ponto de alguns de nossos queridos irmãos ainda acreditarem nalguma
espécie de vida após a morte, depois a dificuldade de encontrar todo o tema reunido
num só lugar, com riqueza de textos bíblicos que facilite a compreensão do
tema, e ainda a forma como é disseminada a crença de que alguém que morre é
transferido para o “andar superior”, ou inúmera outras ignorâncias a respeito
do tema. A crença após a morte é uma forma de idolatria e adoração a quem a
criou, e as Igrejas que se dizem cristãs são profanadas por meio da idolátrica
adoração aos demônios sem se aperceberem.
O
conhecimento bíblico é suficiente para nos libertar da ignorância da idolatria
e nos conduzir a toda à verdade.
Aproveitem bem esse Estudo.
ESTUDO TEOLÓGICO SOBRE
A NATUREZA DO HOMEM
O
verdadeiro conhecimento sobre a natureza do homem nos revela a sua condição
após a morte, e nos liberta de crenças errôneas, fobias e superstições. “e
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). O Senhor Jesus
advertiu os Saduceus dizendo “... errais por não conhecer as escrituras nem o
poder de Deus” (Mt 22:29).
O
objetivo desse estudo é mostrar também que há harmonia entre o antigo e o novo
testamento, sobre o tema da condição do homem na morte, que inferno eterno não
existe conforme as escrituras, que não existe a imortalidade da alma e que
imortal só Deus. Mas o homem receberá a imortalidade só após a ressurreição.
Utilizamos para esse estudo a Bíblia – revista e corrigida – João Ferreira de
Almeida.
O SURGIMENTO DA VIDA
Na
criação do homem, Deus juntou dois elementos básicos: pó da terra e o fôlego da
vida (Gn 2:7). A vida aqui é demonstrada como sendo a junção entre “pó da
terra” e “fôlego da vida”, fazendo surgir à alma vivente que é o ser humano. O
termo em hebraico traduzido em (Gn 2:7), como “alma vivente” é NEPHESH CHAYYAH,
também aplicado a animais marinhos, insetos, repteis e bestas. Veja (Gn 1:20,24
e 2:19).
O
termo hebraico NEPHESH, que é traduzido como “ser vivente” ou “alma vivente”,
provém de “naphash”, que significa “respirar” (ser que respira). No Novo
Testamento o termo equivalente no grego é PSUCHÊ. Uma vez que a respiração é a
mais evidente manifestação da vida, NEPHESH designa basicamente o homem como
uma criatura vivente, um ser vivo, ou seja, uma pessoa. Quando utilizada para
animais, tal como na criação, a palavra os descreve como criaturas viventes,
seres viventes ou almas viventes.
ALMA, O QUE É?
A
Bíblia afirma que o homem “passou a ser alma vivente” ou “foi feito alma
vivente”. Não é encontrado no relato bíblico da criação algo que indique que o
homem “recebeu uma alma” ou que foi introduzido no homem alguma espécie de
entidade separada, ou que foi unida ao corpo do homem.
Utilizando
o termo bíblico original NEPHESH para designar o homem em seu estado “vivente”
fica provado que a Bíblia não reconhece esta entidade espiritual que, segundo
crenças, sai do homem por ocasião da morte. Portanto, o homem não tem uma alma
vivente, ele próprio é uma alma vivente, um ser vivente.
A
UTILIZAÇÃO DO NEPHESH
O termo NEPHESH ocorre
755 vezes no Antigo Testamento e representa a própria pessoa, sendo em muitos
casos traduzido como “pessoa”.
NEPHESH = ALMA = PESSOA
Gn 14:21;
Num 5:6; DT 10:22; Lv11:43; IS 46:2
Ex.: “Disse o rei de Sodoma a Abraão,
‘dá-me a mim as almas’...”, ou seja, dá-me a mim as pessoas.
NEPHESH = ALMA = VIDA
Lv 17:11,14; Gn 9:4,5; II.Sm 19:5.
Nesses textos o termo NEPHESH é
traduzido como vida.
No Novo Testamento, o termo grego PSUCHÊ
é correspondente ao NEPHESH do Antigo Testamento.
Ex.: Ap 16:3 = PSUCHÊ = Ser Vivente
O termo PSUCHÊ refere-se também a:
Vida = Mt 16:25
Pessoa = At 7:14 e 27:37 – I Pe 3:20
Emoções = Mc 14:34 e Lc 2:35
NEPHESH ou PSUCHÊ, pode referir-se a
todo o ser (pessoa), como também afeições, emoções, apetites e sentimentos.
Concluindo, em Gn 2:7, o homem foi feito “alma vivente”, “ser vivente” ou
“pessoa vivente”.
O QUE É ESPÍRITO?
A
palavra espírito é traduzida no Antigo Testamento do hebraico RUASH. É definido
como fôlego, ar em movimento, brisa, vida. No Novo testamento, o termo
correspondente é PNEUMA, termo grego traduzido por espírito e tem a mesma
conotação de RUASH.
RUASH ou PNEUMA = Espírito, significa
energizante centelha de vida que é essencial à existência de um indivíduo.
RUASH é traduzido nesses textos como:
Espírito: Sl 146:4 – Ec 12:7
Respiração: Sl 104:29
Fôlego: Ec 3:19 – Gn 2:7
Sopro Jo 27:3
Em
Gênesis 2:7, “Deus soprou nas narinas o fôlego de vida”. Este fôlego de vida
não está limitado às pessoas somente, pois há relato de que os animais possuem
o mesmo fôlego, (Gn 7:15,22), os animais que entraram na arca, (Ec 3:19).
Animais em geral.
O QUE É A MORTE?
Segundo
o dicionário Aurélio, morte é: cessação de vida; Cessar de respirar; o oposto
da vida. Agora vejamos o que a Bíblia diz:
O
que acontece na morte é o contrário do que aconteceu na criação. Na criação
houve a junção de dois elementos: Pó da terra + Fôlego da vida (Gn 2:7). Na
morte acontece a separação do fôlego de vida (espírito, RUASH) e o pó da terra
(matéria física). “E o pó volte a terra como o era e o espírito (fôlego, sopro,
ar em movimento) volte a Deus que o deu”, (Ec 12:7).
A
declaração de Salomão, de que o espírito (RUASH) retorna a Deus que o deu,
indica que o que retorna a Deus é simplesmente o princípio vital que Ele (Deus)
soprou nas narinas do homem por ocasião da criação. Não há indicação de que o
espírito ou respiração seja uma entidade consciente separada do corpo.
Conclusão:
Alma: ser vivo, pessoa, ser que
respira;
Espírito: Fôlego de vida, que anima o
corpo, sopro de Deus.
IMORTALIDADE
A
origem da doutrina da imortalidade da alma remonta tempos bem distantes, e está
baseada numa declaração de satanás de que a alma não morreria nunca,
contrariando a declaração do próprio Deus de que a alma morre (Ez 18:4).
Declaração
Divina – Gn 2:17 – “Certamente morrerás”.
Declaração
do satanás – Gn 3:4 - “Certamente não morrerás”.
Da
declaração contrária a palavra de Deus veio originar-se o Espiritismo e suas
crenças como reencarnação, consulta aos mortos, necromancia, etc. A maioria dos
Cristãos hodiernos crê que a alma do homem é uma parte que é imortal, ou seja,
continua viva e consciente mesmo após a morte, seja no inferno (para os maus)
ou no Paraíso (para os bons). Essa doutrina da imortalidade não é encontrada na
Bíblia, pois, a palavra de Deus revela
que a morte é um estado de sono inconsciente, sem comunicação, e só será
interrompido na ressurreição final.
O
que é imortalidade?
A imortalidade é o estado ou qualidade
daquilo que não está sujeito a morte.
IMORTAL = que não morre; eterno;(Aurélio).
Quem
unicamente é imortal?
I.Tm 1:17 e 6:16. Só Deus é Imortal.
Quanto ao homem, a
Bíblia diz que é mortal. A morte é a condenação pelo pecado(Is 51:12).
Rm 5:12 e 6:23
A alma é mortal.
Ez 18:4 e 20 e 13:19
Os
termos usualmente traduzidos como alma ou espírito ocorrem mais de 1600 vezes
O ESTADO DO HOMEM NA
MORTE
A morte, um sono: A bíblia refere-se
repetidas vezes a morte comparando-a ao sono (estado de inconsciência).
Jo 14:10-12, Sl 13:3, Dn 12:2
O próprio jesus comparou a morte ao sono:
Mc
5:39, Mt 9:24, a filha de Jairo.
Jo
11:11-14. Lázaro, o qual também Jesus despertou do sono através da
ressurreição. (A ressurreição teria sido terrível pata Lázaro, se ele estivesse
com deus e o Senhor Jesus o trouxesse de volta ao mundo de sofrimento e morte).
Mt27:52, santos que dormiam foram ressuscitados.
At 7:60, Estevão foi considerado como
tendo adormecido.
ICor 15:51-52, I Tes 4:13-17, o Apóstolo
Paulo trata a morte como um sono.
II.Pe 3:4, Pedro usa a mesma comparação.
Portanto,
para a Bíblia, a morte não é uma aniquilação completa, nem tampouco passagem de
uma vida para outra ou a porta de entrada da glória, mas apenas um estado
temporário de inconsciência, enquanto aguarda a ressurreição. A palavra
Cemitério deriva do grego “koemitério” que significa dormitório. Foi chamado
assim pelos cristãos do primeiro século.
PARA ONDE VÃO OS QUE
MORREM?
Qual
o destino imediato do que morrem? A Bíblia responde a esta questão harmonizando
o destino dos mortos ao seu estado de inconsciência, ou seja, dormem nos
túmulos.
Estão
nos sepulcros. (Jo 5:28-29). Por ocasião da sua vinda, Jesus os encontrará aí.
Ec
9:10 – Todos irão para a sepultura (Edição revista e corrigida).
O
destino de todas as pessoa que morrem:
Gn 3:19 – Sl 104:29 – Ec 12:7 – Ec 3:20 – Is 26:19 –
Jo 17:13-16.
A verdade é que todos
os que morreram bons ou maus, estão inconscientes e não podem:
Realizar
qualquer coisa, (Ec 9:10);
Não
tem sentimento ou comunicação com os vivos, (Ec 9:5-6);
Não
louvam a Deus, (Is 38:18-19, Sl 115:17, Sl 30:9, Sl 6:5);
Não
têm qualquer comunicação, (Sl 94:17).
RESSURREIÇÃO
A doutrina da Ressurreição anula toda crença
na imortalidade da alma e da reencarnação. Se por ocasião da morte, o homem
fosse para o céu ou para o inferno, não haveria necessidade de ressurreição e
nem também de Juízo Final, e nem da vinda do Senhor Jesus, pois sua vinda será
para a ressurreição e ajustes de contas finais (I Tes 4:14-17, AP 22:12).
Recompensa final para
maus e bons só na ressurreição (Jo 5:28-29).
Os salvos recompensados
na ressurreição (Lc 14:14).
Abraão, Isaque e Jacó
aguardam a ressurreição para serem levados ao Céu (Lc 20:37-38).
Jó acreditava piamente
que veria o Senhor, após a ressurreição (Jó 19:25-27, 17:13-16).
Davi tinha certeza de
sua salvação pela graça de Deus, mas admitiu que só a desfrutaria após a ressurreição
(Sl 17:15, At 2:29-34).
Isaias também afirma
sua crença na ressurreição (Is 26:19).
Os crentes do Novo
Testamento creiam na ressurreição final. Pois, Marta faz essa declaração, ao
próprio Jesus quando Ele afirma que Lázaro ressuscitará (Jo 11:23-25).
O apóstolo Paulo
testifica que a ressurreição dos Crentes no final está associada na
Ressurreição de Jesus. Ele combate os que não creem na ressurreição de Cristo e
afirma que se Cristo não houvesse ressuscitado, todos os Crentes do Antigo
testamento estariam perdidos, sem esperança de salvação (I Cor 15:16-19).
INFERNO
A palavra inferno vem
do latim “INFERRI” e significa lugar inferior. O tradutor bíblico utilizou a
palavra inferno, substituindo cinco outras palavras, com significado
completamente diferente do conceito religioso popular de inferno, como lago de
fogo, para onde vão as almas incorpóreas condenadas, onde ficarão queimando
eternamente. Esse conceito não é encontrado nas escrituras sagradas, apesar das
aplicações que normalmente se fazem de textos simbólicos e parábolas.
As cinco palavras
normalmente traduzidas por inferno são: HADES – SHEOL- TANATO – TÁRTARO –
GEENA.
SHEOL E HADES
SHEOL – Hebraico Antigo
Testamento, e a palavra correspondente no Novo testamento é HADES, Grego. Ambas
as palavras são traduzidas como inferno e significam: sepultura; lugar dos
mortos; morada dos mortos.
O termo SHEOL utilizado
no Antigo Testamento (Jo 17:13-16), é traduzido como sepultura (inferno). Verso
13, os mortos vão para a sepultura, Verso 16, os mortos vão para o pó. Em Ec
9:10, SHEOL é sepultura e tradutores modernos traduzem SHEOL por além (Edição
revista e atualizada).
Salmos 16:10 – aqui é
uma profecia sobre a ressurreição de Jesus e o termo SHEOL é traduzido por
inferno ou morte. No Novo Testamento é apresentada a já cumprida profecia o
termo HADES, Grego, correspondente de SHEOL, e é traduzido por sepultura. Atos
2:27,31.
Em relação ao termo
HADES traduzido por inferno ou além, vejamos Apocalipse 20:13,14 que nos
facilita a compreensão:
No verso 13 fica claro
que Além ou Inferno é sepultura ou lugar onde estão os mortos, e no verso 14
encontramos o inferno e a morte sendo lançados dentro do lago de fogo, onde
será destruído. Como harmonizar esse texto com a ideia de inferno de fogo sendo
lançado dentro do lago de fogo?
Impossível! Inferno =
Sepultura; e sepultura é símbolo da morte, e a morte salário do pecado, e o
Senhor Jesus porá fim ao pecado, e, consequentemente, a morte no Juízo Final,
chamado de Juízo Executivo.
Observe que não há
nenhuma comprovação bíblica da existência de um lugar de fogo onde estão sendo
atormentadas as almas dos que morreram. Apocalipse 20:10 diz que o próprio
diabo será lançado no lago de fogo junto com a besta e o falso profeta.
Isaias 14:9-11, diz que
o Inferno (SHEOL) é um lugar onde os bichos comem os cadáveres; também não se
refere aqui a um lugar de fogo.
TANATO
TANATO é um termo grego
traduzido como Inferno em I Cor 15:55. “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde
está ó inferno (TANATO), o teu aguilhão”. O tema tratado no capítulo quinze é a
transformação que experimentarão os salvos por ocasião da vinda do Senhor Jesus
e ressurreição dos justos já transformados, e que nessa ocasião será alcançada
a Vitória sobre a morte. Não haverá mais morte (Ap 21:4), inferno aqui
traduzido do termo TANATO, e significa morte, não inferno de fogo.
TÁRTARO
TÁRTARO – lugar de
trevas. Esse termo é encontrado em II Pe 2:4, única vez que é registrado na
Bíblia, e declarai que os anjos foram expulsos da presença de Deus, foram
separados da verdadeira luz do céu onde viviam, na luz inacessível e foram
lançados na terra (AP 12:9), Inferno aqui é trevas, ausência da luz de Deus;
Esse mundo é mundo de treva e a verdadeira luz só na presença de Deus (Is
15,60:1,2).
O texto aqui
apresentado não fala de inferno de fogo, mas que os anjos estão num lugar de
trevas, ou seja, ausência de luz de Deus; e ainda afirma que eles aguardam o
juízo, isto é, não foram julgados ainda. No final serão julgados (Ap 20:9,10,14),
juntos com todos os ímpios, quando serão lançados no lago de fogo e serão
destruídos para sempre. Esta é a segunda morte (Ap 20:14).
GEENA
GEENA – termo hebraico
que significa “vale dos filhos de Hinom”. O termo GEENA é traduzido por inferno
em todos esses textos do Novo Testamento (Mat 5:22,29,30; 10:28; 18:9;
23:15,33; Mc 9:43-48; Lc 12:5 e Tg 3:6).
O vale que pertencia aos filhos de Hinom,
situado ao sul de Jerusalém, Is 18:16, era um lugar onde se fazia sacrifícios
humanos a Moloque e Baal, e que até os próprios filhos de Israel, os reis Acaz
e Manassés, praticaram essas abominações
(II Cr 28:3 e 33:6). O próprio Jeremias profetizou a visita do Senhor para
castigar o povo com a destruição e a morte, de modo que este vale se tornou conhecido
como a vale da matança (Jr 7:31-34, 19:2-6, 32:35). O rei Josias contaminou
esse lugar para que ninguém sacrificasse seu filho ou filha pelo fogo a Moloque
(II Reis 23:10). Por causa dos sacrifícios humanos que ali se realizavam, dos
fogos que ali ardiam e das imundícies das cidades, pois ali se tornou depósito
de lixo, havia cadáveres insepultos que decompunham sobre a terra e cadáveres
de animais consumidos pelo bicho e pelo fogo (Jr 7:31-33). Esse vale
passou a servir como emblema do pecado e
da maldição, e a palavra Ge-hinom, que quer dizer em hebraico “vale dos filhos
de Hinom”, foi convertida em GEENA, que é traduzida como inferno nos Evangelhos
e na Epístola de Tiago. Nos dias de Jesus, o local costumava ser depósito de
lixo e animais mortos, e o fogo era permanente, pois não faltavam lixo e
cadáveres para serem queimados.
O Senhor Jesus usou
esse lugar como símbolo para o fim trágico que aguarda os ímpios. Apenas corpos
físicos eram consumidos no GEENA, havia bicho nos corpos em putrefação. Veja
que a expressão bíblica é que o “fogo não paga, e o bicho nunca morre”. “almas”
no sentido “espírito desencarnado” nunca seriam consumidos por bicho. Até aqui
nenhuma comprovação da existência de inferno eterno.
O FOGO E SUAS
CONSEQUÊNCIAS ETERNAS
Mediante o estudo que
fizemos, em lugar algum a Bíblia afirma existir um inferno ou que estão
queimando os que morreram e quem ninguém, nem bom, nem mau, já recebeu sua
recompensa. Surge então a pergunta: E o “fogo eterno”? Apocalipse Capítulo
Vinte diz que haverá fogo, e em outras partes da Bíblia também se referem ao
fogo. São essas as passagens que falam de fogo eterno:
Mat 18:8 – 3:12 – 25:41
Mc 9:43-48
Lc 3:17
Jd 7
Ap 14:11 – 19:3 – 20:10
O termo grego que é
traduzido como eterno é AION, que pode significar eterno (que não tem fim) ou
eterno enquanto dure. Precisamos analisar o contexto para saber a conotação
exata do termo usado.
Em Apocalipse 20:10
diz: “serão atormentados pelos séculos dos séculos”. Do grego AION TON AION que
significa “para sempre”, “eternamente”. O verso anterior explica.
Ap 20:9 diz que o fogo
que desceu do céu os “consumiu”. O termo grego traduzido por “consumiu” é
KATAPHAGEN, e significa “destruir totalmente”. Logo, os ímpios serão
atormentados “eternamente” (enquanto duram) até que toda substância seja
consumida (destruída) pela ação do fogo,
“queimam para sempre”, ou seja, nunca mais existirá novamente. Consequências
eternas.
Outro exemplo que nos
ajuda a entender esse fogo eterno está registrado em Judas, versos 6 e 7:
Judas 6: fala de “
anjos guardados em trevas com algemas eternas (AION), até o Juízo”. Veja que
essas algemas são eternas até o Juízo. Ao chegar o Juízo, receberão a sentença
e não haverá mais algemas eternas. As algemas são eternas até que se cumpra o
seu objetivo.
Judas 7: diz que
“Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas sofreram punição do “fogo
eterno”, como exemplo. O texto bíblico declara que a punição dessas cidades foi
“fogo eterno”, mas elas não estão queimando até hoje. O apóstolo Pedro declara
que Sodoma e Gomorra se tornaram em cinzas (II Pe 2:6), para exemplo a todos
que vivem impiamente. Os dois autores inspirados usam a palavra “exemplo” para
mostrar que, o que aconteceu aquelas cidades, irá acontecer e da mesma maneira
a todos que não aceitaram o plano de Salvação de Deus.
A Sodoma e Gomorra
desceu fogo do Céu (fogo eterno) e as consumiu, transformou em cinza aos ímpios
om mesmo exemplo; “desceu fogo dos céu e os consumiu” (Ap 20:10);
transformou-se em cinza (Ml 4:3).
FOGO QUE NÃO SE PAGARÁ
Jeremias 12:27 traz a
profecia que o Senhor poria fogo em Jerusalém. “fogo que não se apagará”,
vaticinou o profeta. Em Lm 4:11, o próprio profeta afirma que Deus cumprira com
o que havia prometido. Novamente em II Cr 36:19 e 21, a Bíblia diz que fora
cumprido o que profetizara Jeremias. Jerusalém não está queimando até hoje, Por
quê? Será que falhou a profecia? Não, Deus, jamais falha. O fogo não se pagaria
enquanto existisse o que queimar. Esse princípio é o mesmo aplicado aos ímpios.
O fogo não se pagará até que transforme tudo em cinza.
O DESTINO FINAL DOS
ÍMPIOS
O destino final dos
ímpios é a destruição, o aniquilamento. Assim diz a Bíblia:
Os ímpios serão
transformados em cinza (Ml 4:1,3). A destruição será completa, pois será
queimada a raiz do pecado, isto é, o originador do pecado Satanás, que também
será transformado em cinza, e também os ramos, todos os ímpios (Is 5:24; Ez28:16-19).
Os ímpios se desfarão
em fumaça, (Sl37:20);
Serão consumidos, (Ap
20:9 – SL 21:9);
Serão devorados pelo
fogo, (Hb 10:27);
Serão completamente
exterminados, (Na 1:15);
TERIA JESUS PROMETIDO AO LADRÃO,
CONVERTIDO NA CRUZ, A ENTRADA NO PARAÍSO NAQUELE MESMO DIA?
Compreendendo o que está escrito em
Lucas 23:42, o texto diz: “E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando
entrares em teu reino. Jesus lhe respondeu: em verdade, te digo que hoje
estarás comigo no Paraíso” (Lc 23:42,43).
Analisemos alguns pontos desse texto:
1) Não
podemos ignorar o princípio de que a Bíblia não se contradiz. Portanto, é
possível harmonizar o que aqui está escrito com o restante da Bíblia;
2) A
questão em torno da qual gira a polêmica é a ocasião em que os santos deverão
“entrar” no Paraíso. Se Jesus prometeu ao ladrão convertido, entrada imediata
no Paraíso estaria contrariando todas as Escrituras que afirmam que todos os
salvos só receberão a recompensa na vinda de Jesus, ou seja, na ressurreição
final (I Tes. 4:16,17).
Mat. 16:27, o próprio Jesus afirma
que os salvos só irão ao Paraíso quando Ele vier em Glória. Ver também Mat
25:31-34.
O apóstolo Paulo que está prestes a
ser executado por ordem de Nero, Imperador Romano, sabe o dia da sua morte, e
afirma com convicção que a sua coroa (recompensa) está guardada e a receberá no
dia da vinda de Jesus (II Tm 4:6-8,).
Os salvos recompensados na
ressurreição dos justos (Lc 14:14,).
Jesus na sua vinda trará a
recompensa a todos (Ap 22:12,).
Heb 11, A Galeria dos Vencedores. Aqui temos vários
Santos Vitoriosos, que aguardam ainda o cumprimento da promessa. Os versos 39 e
40 do mesmo capítulo afirmam que “ainda não alcançaram promessa... para que sem
nós não fossem aperfeiçoados”.
3) O
pedido do ladrão continha aspectos de uma grande verdade escatológica.
A Edição revista e atualizada diz:
quando “vieres” no teu reino (Lc 23:42). Aquele homem sabia que:
a- Jesus
tinha um reino;
b- E que esse reino viria no futuro;
c- E
que ele não iria para o reino, mas que esse reino viria buscá-lo.
4) Jesus
não foi ao Paraíso naquele mesmo dia; notemos Suas palavras a Maria em Jo
20:17: “...ainda não subi para o meu...”. Se Jesus, três dias depois, ainda não
havia subido ao Pai, como poderia no mesmo dia ter estado com aquele homem no
Paraíso? A afirmação de Jesus é que Ele estaria por três dias no seio da terra
e que só depois ressuscitaria e subiria ao céu (Mt 12:40).
5) O ladrão na cruz não morreu naquele mesmo dia.
Notemos que um condenado na cruz geralmente levava dias para morrer. Alguns
ficavam sofrendo vários dias e morriam de fome e sede. E chegando o sábado, os
Judeus não permitiam que ficassem na cruz, e quebravam as pernas para que não
fugissem, e passado o sábado, voltavam a prendê-los na cruz. E foi justamente
isto que ocorreu aos ladrões crucificados com Cristo (Jo 19:3-33). Arnaldo B.
Cristianini, em seu livro, subtilezas do erro, pág. 222, afirma: “depois de o
sábado haver passado, sem dúvida esses dois condenados foram outra vez
amarrados a cruz, e lá ficaram diversos dias, até morrerem (...). Se era
necessário quebrar as pernas aos dois malfeitores, antes do pôr do sol, é
porque não haviam morrido ainda, e viveram pelo menos um dia a mais do que o
Mestre, na pior das hipóteses. Como podia um deles estar no mesmo dia junto de
Jesus?”
Era algo incomum o crucificado morrer no mesmo dia
da crucificação. E Pilatos experiente em
mandar pessoas para a cruz, ficou admirado quando soube que Jesus morrera no
mesmo dia. Era um fato inusitado (Mc 15:44).
6) Subsídios
da língua original bíblica:
As pontuações, da maneira como
usamos hoje, não existiam nos tempos em que o Novo Testamento foi escrito.
Dessa forma o texto aparece assim: “Em
verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso”.
A
princípio, nem mesmo as palavras eram separadas. Gradativamente, foram
introduzidas mudanças significativas na escrita. Até o quarto e quinto séculos,
os textos dos Evangelhos não apresentavam nem pontos e nem vírgulas. No oitavo
século foram introduzidos alguns sinais de pontuação. Os tradutores podiam
transpor os textos da forma que mais convinha a sua convicção. Foi o que
aconteceu com o texto em questão. O tradutor transpôs o texto conforme suas
crenças na imortalidade da alma. E o texto ficou assim: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Existem
traduções bem autorizadas que vertem o texto de Lucas 23:42,43 de forma a
harmonizá-lo com o teor da Bíblia a respeito do galardão no reino quando Jesus
voltar. São elas: Tradução Trinitariana, em português editada e 1883, e versão
inglesa. Essas versões traduzem assim o texto completo: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres no teu reino. na verdade te
digo hoje, estarás comigo no paraíso”.
O ladrão
arrependido crê que o Senhor Jesus voltará para implantar o reino pede que seja
lembrado por ocasião de Sua vinda. E Jesus lhe assegura de forma solene: “Hoje, te digo, você estarás comigo no
Paraíso”.
Conclusão fatal é que Lc 23: 42,43
não fornece comprovação para a teoria da imortalidade inata do homem e seu
imediato galardão após a morte.
PARÁBOLA
DO RICO E LÁZARO
Os que defendem
a doutrina da imortalidade da alma costumam usar a parábola do rico e Lázaro em
Lucas 16:19-31 para comprovar suas doutrinas. A interpretação errônea dessa
parábola contradiz toda a Bíblia. O propósito desta pesquisa é buscar de
maneira segura a compreensão da parábola e do que Jesus queria ensinar ao
transmitir esta parábola.
O
QUE É UMA PARÁBOLA
A palavra
parábola vem do grego “parabolé”, que significa ilustração comparação. E a
Bíblia confirma isso (Ez 17:2). Nos Evangelhos, uma parábola é uma narrativa
utilizada como recurso didático a fim de facilitar a compreensão de uma verdade
espiritual. Na Parábola do Semeador, o Senhor Jesus utilizou-se de um fato
corriqueiro bastante conhecido pelos seus ouvintes, para ilustrar verdades do
seu reino, tornando-as mais compreensíveis para os seus discípulos.
Há alguns
princípios de interpretação que precisamos usar quando estudamos uma parábola:
1- Uma
Parábola ilustra uma verdade, e não é uma verdade em si mesma. No livro de
Juízes 9:8-15, encontramos uma parábola que diz que as árvores do bosque se
reuniram para escolher um rei que governasse sobre elas. Não é verdade que
árvores fazem eleições, mas alguém transmitia uma verdade com essa narrativa.
2- Não
se pode fundamentar uma doutrina numa parábola. Se usarmos todos os detalhes de
uma parábola para provar doutrinas, teríamos que dizer que Deus não tem boa
vontade para atender nossas preces como na parábola do juiz iníquo (Lc 18:1-8),
ou que Jesus ensinou ser desonesto como na parábola do administrador infiel (Lc
16:1-9).
O QUE JESUS QUERIA ENSINAR COM ESSA
PARÁBOLA?
Algumas
lições que podemos aprender com essa ilustração
1. Jesus
estava combatendo a avareza. Os Judeus que o ouviam eram avarentos,
menosprezavam os pobres, e se consideravam superiores pelo fato de que tinham
mais posses terrenas, e eram insensíveis a fome e a dor alheia. Ainda
consideravam que pobreza era sinal do desfavor de Deus. A lição ensinada na
parábola é que os avarentos não vão para os céus.
2. A
oportunidade de nos prepararmos para a salvação é enquanto estamos vivos.
3. Que
a bíblia é suficiente para mostrar o caminho da salvação. “Tem aí Moisés e o
profeta”.
Pontos
a serem considerados:
Visto essa parábola de forma
literal, teríamos que admitir que o Paraíso é tão próximo ao lugar de tormento
ou “inferno” que seria possível uma conversa entre os habitantes de ambos os
lugares.
Se essa fosse uma descrição real do
homem na morte, então o céu certamente não seria um lugar de alegria e de
felicidade, pois os salvos poderiam acompanhar de perto o sofrimento de seus
entes queridos que se perderam. Como poderia uma mãe sentir-se feliz no céu
contemplando ao mesmo tempo as agonias incessantes de seu filho no inferno?
Seria praticamente impossível o cumprimento da promessa bíblica de que então
“não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Ap 21:4). Através dessa parábola, Jesus
queria mostrar aos Judeus que o parentesco com Abraão, do qual eles se
orgulhavam, não era suficiente para conduzi-los a salvação, mas que eles
precisavam de um Salvador.
A parábola conta que o mendigo foi
levado pelos anjos ao seio de Abraão. O Senhor Jesus usou crenças judaicas
baseadas na tradição, de que Abraão estava sentado à porta do Paraíso,
recepcionado as pessoas que ali chegavam acomodando-as em seu regaço; daí o
termo seio de Abraão. A verdade revelada pela Bíblia é que o próprio Abraão
descansa no pó aguardando ressurreição (Lc 20, 37-39; Hb 11:39-40).
Por sua vez, o rico foi colocado na sepultura,
traduzido como inferno, do grego HADES, que significa “habitação dos mortos”.
Observe que o Senhor Jesus também esteve no HADES, que também é traduzido como
“inferno” (sepultura), (At 2:24-27 e 31). Esse texto afirma que Jesus
ressuscitaria, não ficaria preso a tumba e nem a morte, o seu corpo não veria a
corrupção, ou seja, não se decomporia (não se estragaria). HADES ou inferno ou
sepultura é o lugar que foi o rico e o mesmo que vai todo defunto que é sepultado,
para onde foi o Senhor Jesus após sua morte (Ef4:9) e permaneceu até a sua
ressureição , por um período de três dias. Não teria sentido dizer que Jesus
foi a um lugar de tormento e esteve num inferno de fogo e sofrimento. Leia Mt
13:47-50.
ALMAS DEBAIXO DO ALTAR
AP 6:9
Poderia a Bíblia aqui está afirmando a existência da
imortalidade da alma? Vamos analisar:
O altar apresentado no quadro
profético era provavelmente reminiscências do altar de bronze do santuário dos
hebreus, e os mártires podem ser lembrados como sacrifícios apresentados a
Deus. Como o sangue das vítimas era derramado à base do altar, e a vida da
carne está no sangue, às almas daqueles que foram martirizados são comparados
como estamos debaixo do altar (Lv 4:7 e 17:11,14).
O altar corresponde nesta liturgia
ao altar dos holocaustos (I Reis 8:64). Os mártires, testemunhas da palavra,
são associados ao sacrifício de Cristo (Fl 2:5-8). Segundo a concepção bíblica
e oriental, a vida reside no sangue. Aqui, as vidas dos mártires estão a base
do altar celeste onde se consumam os seus sacrifícios (Lv 4:7).
As almas debaixo do altar apresentadas por
João nesta passagem são uma representação simbólica aos filhos de Deus que
foram martirizados na Idade Média por causa do Evangelho. O sangue ou vida que
seus perseguidores derramaram simbolicamente clama a Deus pedindo vingança a
exemplo do sangue de Abel, em Gn 4:10, que clamava a Deus.
O
significado aqui da palavra alma, do grego PSUCHÊ, é vida.
Interpretar esta passagem de forma
literal seria dizer que no céu as almas estariam presas debaixo de um altar
desejando vingança. E isto seria um
disparate indescritível, pois os que chegarem ao céu jamais desejarão a morte
de ninguém, mesmo que sejam seus inimigos (Mt 5:44).
Se aceitássemos o relato como real,
essas almas no céu e os ímpios perseguidores no inferno, segundo a crença
popular, qual a razão de clamarem ainda por vingança, já que os seus
torturadores estavam pagando seu merecido castigo?
Esta passagem traz uma mensagem de
conforto para os que sofreram, sofrem e sofrerão por Cristo, o cuidado
incessante de Deus em favor dos que aceitaram o seu plano de Salvação.
Muitos não podem compreender por que
Deus permite que alguns de seus filhos fiéis sejam maltratados pelos ímpios.
Embora o procedimento divino por vezes esteja além de nossa limitada
compreensão, de uma coisa podemos ter certeza: Deus fará Justiça dando o
galardão aos fiéis e deixando que os ímpios sejam destruídos.
No capítulo 6 de Apocalipse, João
apresenta uma profecia dos acontecimentos que se realizariam durante a Era
Cristã. A referência as “almas debaixo do altar” (Ap 6:9) relaciona-se com a
época da inquisição, período em que os Cristãos eram martirizados. Tanto a
história secular, quanto a Bíblia Sagrada, nos informa que milhares e milhares
doam chamados hereges foram barbaramente massacrados e mortos por todos os
meios imagináveis. O contexto geral das escrituras nos impede de tomar esta
passagem em seu sentido literal, pois se assim fosse, teríamos de aceitar a
morte e o inferno cavalgando um cavalo literal através da terra (Ap 6:8).
HÁ
COMUNICAÇÃO ESNTRE VIVOS E MORTOS?
I
SAM 28:11-20
O episódio entre e a pitonisa de Endor, registrado
em I Sam 28, é usado por pessoas que acreditam em vida após a morte na
tentativa de provar que é possível se comunicar com os mortos. À luz da Bíblia,
é impossível que isso aconteça. (Ec 9:5); e um estudo acurado desses textos nos
fará compreender o que na verdade aconteceu ali.
A narrativa do texto é feita segundo
a perspectiva das pessoas que participaram do episódio, e conforme suas
crenças. Analise atentamente:
Verso 13: O rei pergunta “O que
vês?”. Então a mulher disse a Saul: “Vejo Deuses que sobem da terra”. Haveria
debaixo da terra morada de deuses? Samuel virou um Deus após sua morte?
Verso 14: aqui temos dois problemas;
a feiticeira viu um homem envolto numa capa que vinha subindo e Saul “entendeu”
que era Samuel. Verso 15: “por que desinquietaste-me fazendo subir?”.
Se a recompensa
fosse imediatamente após a morte, Samuel não deveria estar no Céu? Como subiu da terra? A ideia de que existe
debaixo da terra um lugar onde existem deuses e as pessoas que morrem se
transformam em deuses não está na Bíblia.
O outro
probleminha: Saul não viu Samuel, e pela descrição da mulher, “entendeu que
fosse o profeta”, engano típico do inimigo para fortalecer suas doutrinas.
Verso 19: Samuel disse: “amanhã tu e teus filhos estarão comigo”. Como poderiam
seguir para onde estava Samuel? Saul havia sido desamparado por Deus, por causa
dos seus sucessivos erros e pecados (veja verso 16). Como poderia morrer e se
unir a Samuel? Samuel é citado na Galeria dos Vencedores pela fé, em Hebreus
11, e o destino desses é o Céu. São dois destinos diferentes. Jamais poderia o
rei ímpio ir para o Céu, ou Samuel Santo ir para o inferno. A crença que
realmente era Samuel aqui contraria toda a Bíblia.
ESPÍRITOS
EM PRISÃO
I
PE 3:18-21
Quem são os
“espíritos em prisão” para os quais Jesus pregou em I PE 3:19-21? O texto está
falando da possibilidade de serem batizadas pessoas que já morreram?
Por Albert R.
Timm:
Alguns
comentarista bíblicos identificam a pregação aos “espíritos em prisão”
mencionada em I Pedro 3:19 como uma suposta pregação de Cristo, após Sua morte
e antes de Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos
dias de Noé.
A primeira
dessas teorias é inaceitável, pois contraria o claro ensino bíblico (1) de que
“aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o Juízo” (Hb
9:27); e (2), de que “os mortos permanecem inconscientes na sepultura até o dia
da ressureição (ver Jo 14:10-12; Sl 146:4; Ec 9:5,10; I Cor 15:16-18; I Ts
4:13-15). Seria, portanto, completamente antibíblico pretender que Cristo, enquanto repousava na
sepultura, ou mesmo após a ressurreição haja descido ao Inferno para estender
uma nova oportunidade de Salvação aos pretensos espíritos desencarnados dos
antediluvianos.
Já a teoria de
que Cristo pregou, após Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido
desobedientes nos dias de Noé não consegue responder satisfatoriamente questões
básicas: que necessidade haveria de Cristo pregar aos anjos caídos, sendo que
estes já não tinham mais acesso a Salvação? (ID 6). Como conciliar o fato de I
Pedro 3:20 qualificar esses “espíritos em prisão” como havendo sido
desobedientes “noutro tempo” com o conceito bíblico de que os anjos maus
continuam desobedientes até hoje? (Ef 6:12; I Pe 5:8).
Analisando
detidamente o conteúdo de I Pedro 3:18-21, percebe-se em primeiro lugar que a
pregação aos “espíritos em prisão” foi levada a efeito por Cristo em Sua
condição original glorificada. Essa interpretação é sugerida pela própria
construção da frase “morto sim na carne, mas vivificado no espírito” (verso
18); tomada isoladamente, pode ser vertido também como “vivificado pelo
Espírito” (com referência ao Espírito Santo). Mas quando aplicado
especificamente a Cristo e usada em contrate com a expressão “na carne”, a
tradução mais apropriada é “vivificado no espírito”.
Já os “espíritos
em prisão” (verso 19) que foram o alvo da pregação de Cristo, são identificados
no verso 20 como sendo os “desobedientes” antediluvianos dos “dias de Noé”. O
termo espírito (grego pneuma) é usado nesse texto e em outras partes do Novo
Testamento (I Cor 16:18; GL 6:18) como referência a pessoas vivas capazes de
ouvirem e aceitarem o convite da Salvação. Por sua vez, a expressão “em prisão”
refere-se obviamente não a uma prisão literal, mas a prisão do pecado em que se
encontra a natureza humana carnal não regenerada (ver Rm 6:1-23 e 7:7-25).
Diante disso,
somos levados à evidente conclusão de que a pregação de Cristo aos
antediluvianos impertinentes foi efetivada através de “divinamente instruído”
por Deus (Hb 11:7) e qualificado pelo próprio apóstolo Pedro como “Pregador da
Justiça” par os contemporâneos (II Pe 2:5).
Pedro evoca,
então, à lembrança a analogia de Cristo entre os “dias de Noé” e os últimos
dias (ver Mt 24:37-39). Assim, como Noé e sua família foram salvos da morte
“através da água” do dilúvio pela Arca (I Pe 3:20), os Cristãos são salvos da
morte espiritual através do “batismo” por meio da ressurreição de Jesus Cristo
(verso 21; ver Rm 6:4-14); Portanto, os que previamente se arrependeram de seus
pecados (At 2:38) e creram em Jesus Cristo (Mc 16: 15 e 16).
Fonte:
Sinais dos Tempos, Julho de 1997, Pg. 29, usado com permissão. PREFÁCIO
Vários são os fatores que me estimularam
a preparação desse estudo, um deles foi: a falta de conhecimento sobre o
assunto a ponto de alguns de nossos queridos irmãos ainda acreditarem nalguma
espécie de vida após a morte, depois a dificuldade de encontrar todo o tema reunido
num só lugar, com riqueza de textos bíblicos que facilite a compreensão do
tema, e ainda a forma como é disseminada a crença de que alguém que morre é
transferido para o “andar superior”, ou inúmera outras ignorâncias a respeito
do tema. A crença após a morte é uma forma de idolatria e adoração a quem a
criou, e as Igrejas que se dizem cristãs são profanadas por meio da idolátrica
adoração aos demônios sem se aperceberem.
O
conhecimento bíblico é suficiente para nos libertar da ignorância da idolatria
e nos conduzir a toda à verdade.
Aproveitem bem esse Estudo.
ESTUDO TEOLÓGICO SOBRE
A NATUREZA DO HOMEM
O
verdadeiro conhecimento sobre a natureza do homem nos revela a sua condição
após a morte, e nos liberta de crenças errôneas, fobias e superstições. “e
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). O Senhor Jesus
advertiu os Saduceus dizendo “... errais por não conhecer as escrituras nem o
poder de Deus” (Mt 22:29).
O
objetivo desse estudo é mostrar também que há harmonia entre o antigo e o novo
testamento, sobre o tema da condição do homem na morte, que inferno eterno não
existe conforme as escrituras, que não existe a imortalidade da alma e que
imortal só Deus. Mas o homem receberá a imortalidade só após a ressurreição.
Utilizamos para esse estudo a Bíblia – revista e corrigida – João Ferreira de
Almeida.
O SURGIMENTO DA VIDA
Na
criação do homem, Deus juntou dois elementos básicos: pó da terra e o fôlego da
vida (Gn 2:7). A vida aqui é demonstrada como sendo a junção entre “pó da
terra” e “fôlego da vida”, fazendo surgir à alma vivente que é o ser humano. O
termo em hebraico traduzido em (Gn 2:7), como “alma vivente” é NEPHESH CHAYYAH,
também aplicado a animais marinhos, insetos, repteis e bestas. Veja (Gn 1:20,24
e 2:19).
O
termo hebraico NEPHESH, que é traduzido como “ser vivente” ou “alma vivente”,
provém de “naphash”, que significa “respirar” (ser que respira). No Novo
Testamento o termo equivalente no grego é PSUCHÊ. Uma vez que a respiração é a
mais evidente manifestação da vida, NEPHESH designa basicamente o homem como
uma criatura vivente, um ser vivo, ou seja, uma pessoa. Quando utilizada para
animais, tal como na criação, a palavra os descreve como criaturas viventes,
seres viventes ou almas viventes.
ALMA, O QUE É?
A
Bíblia afirma que o homem “passou a ser alma vivente” ou “foi feito alma
vivente”. Não é encontrado no relato bíblico da criação algo que indique que o
homem “recebeu uma alma” ou que foi introduzido no homem alguma espécie de
entidade separada, ou que foi unida ao corpo do homem.
Utilizando
o termo bíblico original NEPHESH para designar o homem em seu estado “vivente”
fica provado que a Bíblia não reconhece esta entidade espiritual que, segundo
crenças, sai do homem por ocasião da morte. Portanto, o homem não tem uma alma
vivente, ele próprio é uma alma vivente, um ser vivente.
A
UTILIZAÇÃO DO NEPHESH
O termo NEPHESH ocorre
755 vezes no Antigo Testamento e representa a própria pessoa, sendo em muitos
casos traduzido como “pessoa”.
NEPHESH = ALMA = PESSOA
Gn 14:21;
Num 5:6; DT 10:22; Lv11:43; IS 46:2
Ex.: “Disse o rei de Sodoma a Abraão,
‘dá-me a mim as almas’...”, ou seja, dá-me a mim as pessoas.
NEPHESH = ALMA = VIDA
Lv 17:11,14; Gn 9:4,5; II.Sm 19:5.
Nesses textos o termo NEPHESH é
traduzido como vida.
No Novo Testamento, o termo grego PSUCHÊ
é correspondente ao NEPHESH do Antigo Testamento.
Ex.: Ap 16:3 = PSUCHÊ = Ser Vivente
O termo PSUCHÊ refere-se também a:
Vida = Mt 16:25
Pessoa = At 7:14 e 27:37 – I Pe 3:20
Emoções = Mc 14:34 e Lc 2:35
NEPHESH ou PSUCHÊ, pode referir-se a
todo o ser (pessoa), como também afeições, emoções, apetites e sentimentos.
Concluindo, em Gn 2:7, o homem foi feito “alma vivente”, “ser vivente” ou
“pessoa vivente”.
O QUE É ESPÍRITO?
A
palavra espírito é traduzida no Antigo Testamento do hebraico RUASH. É definido
como fôlego, ar em movimento, brisa, vida. No Novo testamento, o termo
correspondente é PNEUMA, termo grego traduzido por espírito e tem a mesma
conotação de RUASH.
RUASH ou PNEUMA = Espírito, significa
energizante centelha de vida que é essencial à existência de um indivíduo.
RUASH é traduzido nesses textos como:
Espírito: Sl 146:4 – Ec 12:7
Respiração: Sl 104:29
Fôlego: Ec 3:19 – Gn 2:7
Sopro Jo 27:3
Em
Gênesis 2:7, “Deus soprou nas narinas o fôlego de vida”. Este fôlego de vida
não está limitado às pessoas somente, pois há relato de que os animais possuem
o mesmo fôlego, (Gn 7:15,22), os animais que entraram na arca, (Ec 3:19).
Animais em geral.
O QUE É A MORTE?
Segundo
o dicionário Aurélio, morte é: cessação de vida; Cessar de respirar; o oposto
da vida. Agora vejamos o que a Bíblia diz:
O
que acontece na morte é o contrário do que aconteceu na criação. Na criação
houve a junção de dois elementos: Pó da terra + Fôlego da vida (Gn 2:7). Na
morte acontece a separação do fôlego de vida (espírito, RUASH) e o pó da terra
(matéria física). “E o pó volte a terra como o era e o espírito (fôlego, sopro,
ar em movimento) volte a Deus que o deu”, (Ec 12:7).
A
declaração de Salomão, de que o espírito (RUASH) retorna a Deus que o deu,
indica que o que retorna a Deus é simplesmente o princípio vital que Ele (Deus)
soprou nas narinas do homem por ocasião da criação. Não há indicação de que o
espírito ou respiração seja uma entidade consciente separada do corpo.
Conclusão:
Alma: ser vivo, pessoa, ser que
respira;
Espírito: Fôlego de vida, que anima o
corpo, sopro de Deus.
IMORTALIDADE
A
origem da doutrina da imortalidade da alma remonta tempos bem distantes, e está
baseada numa declaração de satanás de que a alma não morreria nunca,
contrariando a declaração do próprio Deus de que a alma morre (Ez 18:4).
Declaração
Divina – Gn 2:17 – “Certamente morrerás”.
Declaração
do satanás – Gn 3:4 - “Certamente não morrerás”.
Da
declaração contrária a palavra de Deus veio originar-se o Espiritismo e suas
crenças como reencarnação, consulta aos mortos, necromancia, etc. A maioria dos
Cristãos hodiernos crê que a alma do homem é uma parte que é imortal, ou seja,
continua viva e consciente mesmo após a morte, seja no inferno (para os maus)
ou no Paraíso (para os bons). Essa doutrina da imortalidade não é encontrada na
Bíblia, pois, a palavra de Deus revela
que a morte é um estado de sono inconsciente, sem comunicação, e só será
interrompido na ressurreição final.
O
que é imortalidade?
A imortalidade é o estado ou qualidade
daquilo que não está sujeito a morte.
IMORTAL = que não morre; eterno;(Aurélio).
Quem
unicamente é imortal?
I.Tm 1:17 e 6:16. Só Deus é Imortal.
Quanto ao homem, a
Bíblia diz que é mortal. A morte é a condenação pelo pecado(Is 51:12).
Rm 5:12 e 6:23
A alma é mortal.
Ez 18:4 e 20 e 13:19
Os
termos usualmente traduzidos como alma ou espírito ocorrem mais de 1600 vezes
O ESTADO DO HOMEM NA
MORTE
A morte, um sono: A bíblia refere-se
repetidas vezes a morte comparando-a ao sono (estado de inconsciência).
Jo 14:10-12, Sl 13:3, Dn 12:2
O próprio jesus comparou a morte ao sono:
Mc
5:39, Mt 9:24, a filha de Jairo.
Jo
11:11-14. Lázaro, o qual também Jesus despertou do sono através da
ressurreição. (A ressurreição teria sido terrível pata Lázaro, se ele estivesse
com deus e o Senhor Jesus o trouxesse de volta ao mundo de sofrimento e morte).
Mt27:52, santos que dormiam foram ressuscitados.
At 7:60, Estevão foi considerado como
tendo adormecido.
ICor 15:51-52, I Tes 4:13-17, o Apóstolo
Paulo trata a morte como um sono.
II.Pe 3:4, Pedro usa a mesma comparação.
Portanto,
para a Bíblia, a morte não é uma aniquilação completa, nem tampouco passagem de
uma vida para outra ou a porta de entrada da glória, mas apenas um estado
temporário de inconsciência, enquanto aguarda a ressurreição. A palavra
Cemitério deriva do grego “koemitério” que significa dormitório. Foi chamado
assim pelos cristãos do primeiro século.
PARA ONDE VÃO OS QUE
MORREM?
Qual
o destino imediato do que morrem? A Bíblia responde a esta questão harmonizando
o destino dos mortos ao seu estado de inconsciência, ou seja, dormem nos
túmulos.
Estão
nos sepulcros. (Jo 5:28-29). Por ocasião da sua vinda, Jesus os encontrará aí.
Ec
9:10 – Todos irão para a sepultura (Edição revista e corrigida).
O
destino de todas as pessoa que morrem:
Gn 3:19 – Sl 104:29 – Ec 12:7 – Ec 3:20 – Is 26:19 –
Jo 17:13-16.
A verdade é que todos
os que morreram bons ou maus, estão inconscientes e não podem:
Realizar
qualquer coisa, (Ec 9:10);
Não
tem sentimento ou comunicação com os vivos, (Ec 9:5-6);
Não
louvam a Deus, (Is 38:18-19, Sl 115:17, Sl 30:9, Sl 6:5);
Não
têm qualquer comunicação, (Sl 94:17).
RESSURREIÇÃO
A doutrina da Ressurreição anula toda crença
na imortalidade da alma e da reencarnação. Se por ocasião da morte, o homem
fosse para o céu ou para o inferno, não haveria necessidade de ressurreição e
nem também de Juízo Final, e nem da vinda do Senhor Jesus, pois sua vinda será
para a ressurreição e ajustes de contas finais (I Tes 4:14-17, AP 22:12).
Recompensa final para
maus e bons só na ressurreição (Jo 5:28-29).
Os salvos recompensados
na ressurreição (Lc 14:14).
Abraão, Isaque e Jacó
aguardam a ressurreição para serem levados ao Céu (Lc 20:37-38).
Jó acreditava piamente
que veria o Senhor, após a ressurreição (Jó 19:25-27, 17:13-16).
Davi tinha certeza de
sua salvação pela graça de Deus, mas admitiu que só a desfrutaria após a ressurreição
(Sl 17:15, At 2:29-34).
Isaias também afirma
sua crença na ressurreição (Is 26:19).
Os crentes do Novo
Testamento creiam na ressurreição final. Pois, Marta faz essa declaração, ao
próprio Jesus quando Ele afirma que Lázaro ressuscitará (Jo 11:23-25).
O apóstolo Paulo
testifica que a ressurreição dos Crentes no final está associada na
Ressurreição de Jesus. Ele combate os que não creem na ressurreição de Cristo e
afirma que se Cristo não houvesse ressuscitado, todos os Crentes do Antigo
testamento estariam perdidos, sem esperança de salvação (I Cor 15:16-19).
INFERNO
A palavra inferno vem
do latim “INFERRI” e significa lugar inferior. O tradutor bíblico utilizou a
palavra inferno, substituindo cinco outras palavras, com significado
completamente diferente do conceito religioso popular de inferno, como lago de
fogo, para onde vão as almas incorpóreas condenadas, onde ficarão queimando
eternamente. Esse conceito não é encontrado nas escrituras sagradas, apesar das
aplicações que normalmente se fazem de textos simbólicos e parábolas.
As cinco palavras
normalmente traduzidas por inferno são: HADES – SHEOL- TANATO – TÁRTARO –
GEENA.
SHEOL E HADES
SHEOL – Hebraico Antigo
Testamento, e a palavra correspondente no Novo testamento é HADES, Grego. Ambas
as palavras são traduzidas como inferno e significam: sepultura; lugar dos
mortos; morada dos mortos.
O termo SHEOL utilizado
no Antigo Testamento (Jo 17:13-16), é traduzido como sepultura (inferno). Verso
13, os mortos vão para a sepultura, Verso 16, os mortos vão para o pó. Em Ec
9:10, SHEOL é sepultura e tradutores modernos traduzem SHEOL por além (Edição
revista e atualizada).
Salmos 16:10 – aqui é
uma profecia sobre a ressurreição de Jesus e o termo SHEOL é traduzido por
inferno ou morte. No Novo Testamento é apresentada a já cumprida profecia o
termo HADES, Grego, correspondente de SHEOL, e é traduzido por sepultura. Atos
2:27,31.
Em relação ao termo
HADES traduzido por inferno ou além, vejamos Apocalipse 20:13,14 que nos
facilita a compreensão:
No verso 13 fica claro
que Além ou Inferno é sepultura ou lugar onde estão os mortos, e no verso 14
encontramos o inferno e a morte sendo lançados dentro do lago de fogo, onde
será destruído. Como harmonizar esse texto com a ideia de inferno de fogo sendo
lançado dentro do lago de fogo?
Impossível! Inferno =
Sepultura; e sepultura é símbolo da morte, e a morte salário do pecado, e o
Senhor Jesus porá fim ao pecado, e, consequentemente, a morte no Juízo Final,
chamado de Juízo Executivo.
Observe que não há
nenhuma comprovação bíblica da existência de um lugar de fogo onde estão sendo
atormentadas as almas dos que morreram. Apocalipse 20:10 diz que o próprio
diabo será lançado no lago de fogo junto com a besta e o falso profeta.
Isaias 14:9-11, diz que
o Inferno (SHEOL) é um lugar onde os bichos comem os cadáveres; também não se
refere aqui a um lugar de fogo.
TANATO
TANATO é um termo grego
traduzido como Inferno em I Cor 15:55. “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde
está ó inferno (TANATO), o teu aguilhão”. O tema tratado no capítulo quinze é a
transformação que experimentarão os salvos por ocasião da vinda do Senhor Jesus
e ressurreição dos justos já transformados, e que nessa ocasião será alcançada
a Vitória sobre a morte. Não haverá mais morte (Ap 21:4), inferno aqui
traduzido do termo TANATO, e significa morte, não inferno de fogo.
TÁRTARO
TÁRTARO – lugar de
trevas. Esse termo é encontrado em II Pe 2:4, única vez que é registrado na
Bíblia, e declarai que os anjos foram expulsos da presença de Deus, foram
separados da verdadeira luz do céu onde viviam, na luz inacessível e foram
lançados na terra (AP 12:9), Inferno aqui é trevas, ausência da luz de Deus;
Esse mundo é mundo de treva e a verdadeira luz só na presença de Deus (Is
15,60:1,2).
O texto aqui
apresentado não fala de inferno de fogo, mas que os anjos estão num lugar de
trevas, ou seja, ausência de luz de Deus; e ainda afirma que eles aguardam o
juízo, isto é, não foram julgados ainda. No final serão julgados (Ap 20:9,10,14),
juntos com todos os ímpios, quando serão lançados no lago de fogo e serão
destruídos para sempre. Esta é a segunda morte (Ap 20:14).
GEENA
GEENA – termo hebraico
que significa “vale dos filhos de Hinom”. O termo GEENA é traduzido por inferno
em todos esses textos do Novo Testamento (Mat 5:22,29,30; 10:28; 18:9;
23:15,33; Mc 9:43-48; Lc 12:5 e Tg 3:6).
O vale que pertencia aos filhos de Hinom,
situado ao sul de Jerusalém, Is 18:16, era um lugar onde se fazia sacrifícios
humanos a Moloque e Baal, e que até os próprios filhos de Israel, os reis Acaz
e Manassés, praticaram essas abominações
(II Cr 28:3 e 33:6). O próprio Jeremias profetizou a visita do Senhor para
castigar o povo com a destruição e a morte, de modo que este vale se tornou conhecido
como a vale da matança (Jr 7:31-34, 19:2-6, 32:35). O rei Josias contaminou
esse lugar para que ninguém sacrificasse seu filho ou filha pelo fogo a Moloque
(II Reis 23:10). Por causa dos sacrifícios humanos que ali se realizavam, dos
fogos que ali ardiam e das imundícies das cidades, pois ali se tornou depósito
de lixo, havia cadáveres insepultos que decompunham sobre a terra e cadáveres
de animais consumidos pelo bicho e pelo fogo (Jr 7:31-33). Esse vale
passou a servir como emblema do pecado e
da maldição, e a palavra Ge-hinom, que quer dizer em hebraico “vale dos filhos
de Hinom”, foi convertida em GEENA, que é traduzida como inferno nos Evangelhos
e na Epístola de Tiago. Nos dias de Jesus, o local costumava ser depósito de
lixo e animais mortos, e o fogo era permanente, pois não faltavam lixo e
cadáveres para serem queimados.
O Senhor Jesus usou
esse lugar como símbolo para o fim trágico que aguarda os ímpios. Apenas corpos
físicos eram consumidos no GEENA, havia bicho nos corpos em putrefação. Veja
que a expressão bíblica é que o “fogo não paga, e o bicho nunca morre”. “almas”
no sentido “espírito desencarnado” nunca seriam consumidos por bicho. Até aqui
nenhuma comprovação da existência de inferno eterno.
O FOGO E SUAS
CONSEQUÊNCIAS ETERNAS
Mediante o estudo que
fizemos, em lugar algum a Bíblia afirma existir um inferno ou que estão
queimando os que morreram e quem ninguém, nem bom, nem mau, já recebeu sua
recompensa. Surge então a pergunta: E o “fogo eterno”? Apocalipse Capítulo
Vinte diz que haverá fogo, e em outras partes da Bíblia também se referem ao
fogo. São essas as passagens que falam de fogo eterno:
Mat 18:8 – 3:12 – 25:41
Mc 9:43-48
Lc 3:17
Jd 7
Ap 14:11 – 19:3 – 20:10
O termo grego que é
traduzido como eterno é AION, que pode significar eterno (que não tem fim) ou
eterno enquanto dure. Precisamos analisar o contexto para saber a conotação
exata do termo usado.
Em Apocalipse 20:10
diz: “serão atormentados pelos séculos dos séculos”. Do grego AION TON AION que
significa “para sempre”, “eternamente”. O verso anterior explica.
Ap 20:9 diz que o fogo
que desceu do céu os “consumiu”. O termo grego traduzido por “consumiu” é
KATAPHAGEN, e significa “destruir totalmente”. Logo, os ímpios serão
atormentados “eternamente” (enquanto duram) até que toda substância seja
consumida (destruída) pela ação do fogo,
“queimam para sempre”, ou seja, nunca mais existirá novamente. Consequências
eternas.
Outro exemplo que nos
ajuda a entender esse fogo eterno está registrado em Judas, versos 6 e 7:
Judas 6: fala de “
anjos guardados em trevas com algemas eternas (AION), até o Juízo”. Veja que
essas algemas são eternas até o Juízo. Ao chegar o Juízo, receberão a sentença
e não haverá mais algemas eternas. As algemas são eternas até que se cumpra o
seu objetivo.
Judas 7: diz que
“Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas sofreram punição do “fogo
eterno”, como exemplo. O texto bíblico declara que a punição dessas cidades foi
“fogo eterno”, mas elas não estão queimando até hoje. O apóstolo Pedro declara
que Sodoma e Gomorra se tornaram em cinzas (II Pe 2:6), para exemplo a todos
que vivem impiamente. Os dois autores inspirados usam a palavra “exemplo” para
mostrar que, o que aconteceu aquelas cidades, irá acontecer e da mesma maneira
a todos que não aceitaram o plano de Salvação de Deus.
A Sodoma e Gomorra
desceu fogo do Céu (fogo eterno) e as consumiu, transformou em cinza aos ímpios
om mesmo exemplo; “desceu fogo dos céu e os consumiu” (Ap 20:10);
transformou-se em cinza (Ml 4:3).
FOGO QUE NÃO SE PAGARÁ
Jeremias 12:27 traz a
profecia que o Senhor poria fogo em Jerusalém. “fogo que não se apagará”,
vaticinou o profeta. Em Lm 4:11, o próprio profeta afirma que Deus cumprira com
o que havia prometido. Novamente em II Cr 36:19 e 21, a Bíblia diz que fora
cumprido o que profetizara Jeremias. Jerusalém não está queimando até hoje, Por
quê? Será que falhou a profecia? Não, Deus, jamais falha. O fogo não se pagaria
enquanto existisse o que queimar. Esse princípio é o mesmo aplicado aos ímpios.
O fogo não se pagará até que transforme tudo em cinza.
O DESTINO FINAL DOS
ÍMPIOS
O destino final dos
ímpios é a destruição, o aniquilamento. Assim diz a Bíblia:
Os ímpios serão
transformados em cinza (Ml 4:1,3). A destruição será completa, pois será
queimada a raiz do pecado, isto é, o originador do pecado Satanás, que também
será transformado em cinza, e também os ramos, todos os ímpios (Is 5:24; Ez28:16-19).
Os ímpios se desfarão
em fumaça, (Sl37:20);
Serão consumidos, (Ap
20:9 – SL 21:9);
Serão devorados pelo
fogo, (Hb 10:27);
Serão completamente
exterminados, (Na 1:15);
TERIA JESUS PROMETIDO AO LADRÃO,
CONVERTIDO NA CRUZ, A ENTRADA NO PARAÍSO NAQUELE MESMO DIA?
Compreendendo o que está escrito em
Lucas 23:42, o texto diz: “E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando
entrares em teu reino. Jesus lhe respondeu: em verdade, te digo que hoje
estarás comigo no Paraíso” (Lc 23:42,43).
Analisemos alguns pontos desse texto:
1) Não
podemos ignorar o princípio de que a Bíblia não se contradiz. Portanto, é
possível harmonizar o que aqui está escrito com o restante da Bíblia;
2) A
questão em torno da qual gira a polêmica é a ocasião em que os santos deverão
“entrar” no Paraíso. Se Jesus prometeu ao ladrão convertido, entrada imediata
no Paraíso estaria contrariando todas as Escrituras que afirmam que todos os
salvos só receberão a recompensa na vinda de Jesus, ou seja, na ressurreição
final (I Tes. 4:16,17).
Mat. 16:27, o próprio Jesus afirma
que os salvos só irão ao Paraíso quando Ele vier em Glória. Ver também Mat
25:31-34.
O apóstolo Paulo que está prestes a
ser executado por ordem de Nero, Imperador Romano, sabe o dia da sua morte, e
afirma com convicção que a sua coroa (recompensa) está guardada e a receberá no
dia da vinda de Jesus (II Tm 4:6-8,).
Os salvos recompensados na
ressurreição dos justos (Lc 14:14,).
Jesus na sua vinda trará a
recompensa a todos (Ap 22:12,).
Heb 11, A Galeria dos Vencedores. Aqui temos vários
Santos Vitoriosos, que aguardam ainda o cumprimento da promessa. Os versos 39 e
40 do mesmo capítulo afirmam que “ainda não alcançaram promessa... para que sem
nós não fossem aperfeiçoados”.
3) O
pedido do ladrão continha aspectos de uma grande verdade escatológica.
A Edição revista e atualizada diz:
quando “vieres” no teu reino (Lc 23:42). Aquele homem sabia que:
a- Jesus
tinha um reino;
b- E que esse reino viria no futuro;
c- E
que ele não iria para o reino, mas que esse reino viria buscá-lo.
4) Jesus
não foi ao Paraíso naquele mesmo dia; notemos Suas palavras a Maria em Jo
20:17: “...ainda não subi para o meu...”. Se Jesus, três dias depois, ainda não
havia subido ao Pai, como poderia no mesmo dia ter estado com aquele homem no
Paraíso? A afirmação de Jesus é que Ele estaria por três dias no seio da terra
e que só depois ressuscitaria e subiria ao céu (Mt 12:40).
5) O ladrão na cruz não morreu naquele mesmo dia.
Notemos que um condenado na cruz geralmente levava dias para morrer. Alguns
ficavam sofrendo vários dias e morriam de fome e sede. E chegando o sábado, os
Judeus não permitiam que ficassem na cruz, e quebravam as pernas para que não
fugissem, e passado o sábado, voltavam a prendê-los na cruz. E foi justamente
isto que ocorreu aos ladrões crucificados com Cristo (Jo 19:3-33). Arnaldo B.
Cristianini, em seu livro, subtilezas do erro, pág. 222, afirma: “depois de o
sábado haver passado, sem dúvida esses dois condenados foram outra vez
amarrados a cruz, e lá ficaram diversos dias, até morrerem (...). Se era
necessário quebrar as pernas aos dois malfeitores, antes do pôr do sol, é
porque não haviam morrido ainda, e viveram pelo menos um dia a mais do que o
Mestre, na pior das hipóteses. Como podia um deles estar no mesmo dia junto de
Jesus?”
Era algo incomum o crucificado morrer no mesmo dia
da crucificação. E Pilatos experiente em
mandar pessoas para a cruz, ficou admirado quando soube que Jesus morrera no
mesmo dia. Era um fato inusitado (Mc 15:44).
6) Subsídios
da língua original bíblica:
As pontuações, da maneira como
usamos hoje, não existiam nos tempos em que o Novo Testamento foi escrito.
Dessa forma o texto aparece assim: “Em
verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso”.
A
princípio, nem mesmo as palavras eram separadas. Gradativamente, foram
introduzidas mudanças significativas na escrita. Até o quarto e quinto séculos,
os textos dos Evangelhos não apresentavam nem pontos e nem vírgulas. No oitavo
século foram introduzidos alguns sinais de pontuação. Os tradutores podiam
transpor os textos da forma que mais convinha a sua convicção. Foi o que
aconteceu com o texto em questão. O tradutor transpôs o texto conforme suas
crenças na imortalidade da alma. E o texto ficou assim: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Existem
traduções bem autorizadas que vertem o texto de Lucas 23:42,43 de forma a
harmonizá-lo com o teor da Bíblia a respeito do galardão no reino quando Jesus
voltar. São elas: Tradução Trinitariana, em português editada e 1883, e versão
inglesa. Essas versões traduzem assim o texto completo: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres no teu reino. na verdade te
digo hoje, estarás comigo no paraíso”.
O ladrão
arrependido crê que o Senhor Jesus voltará para implantar o reino pede que seja
lembrado por ocasião de Sua vinda. E Jesus lhe assegura de forma solene: “Hoje, te digo, você estarás comigo no
Paraíso”.
Conclusão fatal é que Lc 23: 42,43
não fornece comprovação para a teoria da imortalidade inata do homem e seu
imediato galardão após a morte.
PARÁBOLA
DO RICO E LÁZARO
Os que defendem
a doutrina da imortalidade da alma costumam usar a parábola do rico e Lázaro em
Lucas 16:19-31 para comprovar suas doutrinas. A interpretação errônea dessa
parábola contradiz toda a Bíblia. O propósito desta pesquisa é buscar de
maneira segura a compreensão da parábola e do que Jesus queria ensinar ao
transmitir esta parábola.
O
QUE É UMA PARÁBOLA
A palavra
parábola vem do grego “parabolé”, que significa ilustração comparação. E a
Bíblia confirma isso (Ez 17:2). Nos Evangelhos, uma parábola é uma narrativa
utilizada como recurso didático a fim de facilitar a compreensão de uma verdade
espiritual. Na Parábola do Semeador, o Senhor Jesus utilizou-se de um fato
corriqueiro bastante conhecido pelos seus ouvintes, para ilustrar verdades do
seu reino, tornando-as mais compreensíveis para os seus discípulos.
Há alguns
princípios de interpretação que precisamos usar quando estudamos uma parábola:
1- Uma
Parábola ilustra uma verdade, e não é uma verdade em si mesma. No livro de
Juízes 9:8-15, encontramos uma parábola que diz que as árvores do bosque se
reuniram para escolher um rei que governasse sobre elas. Não é verdade que
árvores fazem eleições, mas alguém transmitia uma verdade com essa narrativa.
2- Não
se pode fundamentar uma doutrina numa parábola. Se usarmos todos os detalhes de
uma parábola para provar doutrinas, teríamos que dizer que Deus não tem boa
vontade para atender nossas preces como na parábola do juiz iníquo (Lc 18:1-8),
ou que Jesus ensinou ser desonesto como na parábola do administrador infiel (Lc
16:1-9).
O QUE JESUS QUERIA ENSINAR COM ESSA
PARÁBOLA?
Algumas
lições que podemos aprender com essa ilustração
1. Jesus
estava combatendo a avareza. Os Judeus que o ouviam eram avarentos,
menosprezavam os pobres, e se consideravam superiores pelo fato de que tinham
mais posses terrenas, e eram insensíveis a fome e a dor alheia. Ainda
consideravam que pobreza era sinal do desfavor de Deus. A lição ensinada na
parábola é que os avarentos não vão para os céus.
2. A
oportunidade de nos prepararmos para a salvação é enquanto estamos vivos.
3. Que
a bíblia é suficiente para mostrar o caminho da salvação. “Tem aí Moisés e o
profeta”.
Pontos
a serem considerados:
Visto essa parábola de forma
literal, teríamos que admitir que o Paraíso é tão próximo ao lugar de tormento
ou “inferno” que seria possível uma conversa entre os habitantes de ambos os
lugares.
Se essa fosse uma descrição real do
homem na morte, então o céu certamente não seria um lugar de alegria e de
felicidade, pois os salvos poderiam acompanhar de perto o sofrimento de seus
entes queridos que se perderam. Como poderia uma mãe sentir-se feliz no céu
contemplando ao mesmo tempo as agonias incessantes de seu filho no inferno?
Seria praticamente impossível o cumprimento da promessa bíblica de que então
“não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Ap 21:4). Através dessa parábola, Jesus
queria mostrar aos Judeus que o parentesco com Abraão, do qual eles se
orgulhavam, não era suficiente para conduzi-los a salvação, mas que eles
precisavam de um Salvador.
A parábola conta que o mendigo foi
levado pelos anjos ao seio de Abraão. O Senhor Jesus usou crenças judaicas
baseadas na tradição, de que Abraão estava sentado à porta do Paraíso,
recepcionado as pessoas que ali chegavam acomodando-as em seu regaço; daí o
termo seio de Abraão. A verdade revelada pela Bíblia é que o próprio Abraão
descansa no pó aguardando ressurreição (Lc 20, 37-39; Hb 11:39-40).
Por sua vez, o rico foi colocado na sepultura,
traduzido como inferno, do grego HADES, que significa “habitação dos mortos”.
Observe que o Senhor Jesus também esteve no HADES, que também é traduzido como
“inferno” (sepultura), (At 2:24-27 e 31). Esse texto afirma que Jesus
ressuscitaria, não ficaria preso a tumba e nem a morte, o seu corpo não veria a
corrupção, ou seja, não se decomporia (não se estragaria). HADES ou inferno ou
sepultura é o lugar que foi o rico e o mesmo que vai todo defunto que é sepultado,
para onde foi o Senhor Jesus após sua morte (Ef4:9) e permaneceu até a sua
ressureição , por um período de três dias. Não teria sentido dizer que Jesus
foi a um lugar de tormento e esteve num inferno de fogo e sofrimento. Leia Mt
13:47-50.
ALMAS DEBAIXO DO ALTAR
AP 6:9
Poderia a Bíblia aqui está afirmando a existência da
imortalidade da alma? Vamos analisar:
O altar apresentado no quadro
profético era provavelmente reminiscências do altar de bronze do santuário dos
hebreus, e os mártires podem ser lembrados como sacrifícios apresentados a
Deus. Como o sangue das vítimas era derramado à base do altar, e a vida da
carne está no sangue, às almas daqueles que foram martirizados são comparados
como estamos debaixo do altar (Lv 4:7 e 17:11,14).
O altar corresponde nesta liturgia
ao altar dos holocaustos (I Reis 8:64). Os mártires, testemunhas da palavra,
são associados ao sacrifício de Cristo (Fl 2:5-8). Segundo a concepção bíblica
e oriental, a vida reside no sangue. Aqui, as vidas dos mártires estão a base
do altar celeste onde se consumam os seus sacrifícios (Lv 4:7).
As almas debaixo do altar apresentadas por
João nesta passagem são uma representação simbólica aos filhos de Deus que
foram martirizados na Idade Média por causa do Evangelho. O sangue ou vida que
seus perseguidores derramaram simbolicamente clama a Deus pedindo vingança a
exemplo do sangue de Abel, em Gn 4:10, que clamava a Deus.
O
significado aqui da palavra alma, do grego PSUCHÊ, é vida.
Interpretar esta passagem de forma
literal seria dizer que no céu as almas estariam presas debaixo de um altar
desejando vingança. E isto seria um
disparate indescritível, pois os que chegarem ao céu jamais desejarão a morte
de ninguém, mesmo que sejam seus inimigos (Mt 5:44).
Se aceitássemos o relato como real,
essas almas no céu e os ímpios perseguidores no inferno, segundo a crença
popular, qual a razão de clamarem ainda por vingança, já que os seus
torturadores estavam pagando seu merecido castigo?
Esta passagem traz uma mensagem de
conforto para os que sofreram, sofrem e sofrerão por Cristo, o cuidado
incessante de Deus em favor dos que aceitaram o seu plano de Salvação.
Muitos não podem compreender por que
Deus permite que alguns de seus filhos fiéis sejam maltratados pelos ímpios.
Embora o procedimento divino por vezes esteja além de nossa limitada
compreensão, de uma coisa podemos ter certeza: Deus fará Justiça dando o
galardão aos fiéis e deixando que os ímpios sejam destruídos.
No capítulo 6 de Apocalipse, João
apresenta uma profecia dos acontecimentos que se realizariam durante a Era
Cristã. A referência as “almas debaixo do altar” (Ap 6:9) relaciona-se com a
época da inquisição, período em que os Cristãos eram martirizados. Tanto a
história secular, quanto a Bíblia Sagrada, nos informa que milhares e milhares
doam chamados hereges foram barbaramente massacrados e mortos por todos os
meios imagináveis. O contexto geral das escrituras nos impede de tomar esta
passagem em seu sentido literal, pois se assim fosse, teríamos de aceitar a
morte e o inferno cavalgando um cavalo literal através da terra (Ap 6:8).
HÁ
COMUNICAÇÃO ESNTRE VIVOS E MORTOS?
I
SAM 28:11-20
O episódio entre e a pitonisa de Endor, registrado
em I Sam 28, é usado por pessoas que acreditam em vida após a morte na
tentativa de provar que é possível se comunicar com os mortos. À luz da Bíblia,
é impossível que isso aconteça. (Ec 9:5); e um estudo acurado desses textos nos
fará compreender o que na verdade aconteceu ali.
A narrativa do texto é feita segundo
a perspectiva das pessoas que participaram do episódio, e conforme suas
crenças. Analise atentamente:
Verso 13: O rei pergunta “O que
vês?”. Então a mulher disse a Saul: “Vejo Deuses que sobem da terra”. Haveria
debaixo da terra morada de deuses? Samuel virou um Deus após sua morte?
Verso 14: aqui temos dois problemas;
a feiticeira viu um homem envolto numa capa que vinha subindo e Saul “entendeu”
que era Samuel. Verso 15: “por que desinquietaste-me fazendo subir?”.
Se a recompensa
fosse imediatamente após a morte, Samuel não deveria estar no Céu? Como subiu da terra? A ideia de que existe
debaixo da terra um lugar onde existem deuses e as pessoas que morrem se
transformam em deuses não está na Bíblia.
O outro
probleminha: Saul não viu Samuel, e pela descrição da mulher, “entendeu que
fosse o profeta”, engano típico do inimigo para fortalecer suas doutrinas.
Verso 19: Samuel disse: “amanhã tu e teus filhos estarão comigo”. Como poderiam
seguir para onde estava Samuel? Saul havia sido desamparado por Deus, por causa
dos seus sucessivos erros e pecados (veja verso 16). Como poderia morrer e se
unir a Samuel? Samuel é citado na Galeria dos Vencedores pela fé, em Hebreus
11, e o destino desses é o Céu. São dois destinos diferentes. Jamais poderia o
rei ímpio ir para o Céu, ou Samuel Santo ir para o inferno. A crença que
realmente era Samuel aqui contraria toda a Bíblia.
ESPÍRITOS
EM PRISÃO
I
PE 3:18-21
Quem são os
“espíritos em prisão” para os quais Jesus pregou em I PE 3:19-21? O texto está
falando da possibilidade de serem batizadas pessoas que já morreram?
Por Albert R.
Timm:
Alguns
comentarista bíblicos identificam a pregação aos “espíritos em prisão”
mencionada em I Pedro 3:19 como uma suposta pregação de Cristo, após Sua morte
e antes de Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos
dias de Noé.
A primeira
dessas teorias é inaceitável, pois contraria o claro ensino bíblico (1) de que
“aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o Juízo” (Hb
9:27); e (2), de que “os mortos permanecem inconscientes na sepultura até o dia
da ressureição (ver Jo 14:10-12; Sl 146:4; Ec 9:5,10; I Cor 15:16-18; I Ts
4:13-15). Seria, portanto, completamente antibíblico pretender que Cristo, enquanto repousava na
sepultura, ou mesmo após a ressurreição haja descido ao Inferno para estender
uma nova oportunidade de Salvação aos pretensos espíritos desencarnados dos
antediluvianos.
Já a teoria de
que Cristo pregou, após Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido
desobedientes nos dias de Noé não consegue responder satisfatoriamente questões
básicas: que necessidade haveria de Cristo pregar aos anjos caídos, sendo que
estes já não tinham mais acesso a Salvação? (ID 6). Como conciliar o fato de I
Pedro 3:20 qualificar esses “espíritos em prisão” como havendo sido
desobedientes “noutro tempo” com o conceito bíblico de que os anjos maus
continuam desobedientes até hoje? (Ef 6:12; I Pe 5:8).
Analisando
detidamente o conteúdo de I Pedro 3:18-21, percebe-se em primeiro lugar que a
pregação aos “espíritos em prisão” foi levada a efeito por Cristo em Sua
condição original glorificada. Essa interpretação é sugerida pela própria
construção da frase “morto sim na carne, mas vivificado no espírito” (verso
18); tomada isoladamente, pode ser vertido também como “vivificado pelo
Espírito” (com referência ao Espírito Santo). Mas quando aplicado
especificamente a Cristo e usada em contrate com a expressão “na carne”, a
tradução mais apropriada é “vivificado no espírito”.
Já os “espíritos
em prisão” (verso 19) que foram o alvo da pregação de Cristo, são identificados
no verso 20 como sendo os “desobedientes” antediluvianos dos “dias de Noé”. O
termo espírito (grego pneuma) é usado nesse texto e em outras partes do Novo
Testamento (I Cor 16:18; GL 6:18) como referência a pessoas vivas capazes de
ouvirem e aceitarem o convite da Salvação. Por sua vez, a expressão “em prisão”
refere-se obviamente não a uma prisão literal, mas a prisão do pecado em que se
encontra a natureza humana carnal não regenerada (ver Rm 6:1-23 e 7:7-25).
Diante disso,
somos levados à evidente conclusão de que a pregação de Cristo aos
antediluvianos impertinentes foi efetivada através de “divinamente instruído”
por Deus (Hb 11:7) e qualificado pelo próprio apóstolo Pedro como “Pregador da
Justiça” par os contemporâneos (II Pe 2:5).
Pedro evoca,
então, à lembrança a analogia de Cristo entre os “dias de Noé” e os últimos
dias (ver Mt 24:37-39). Assim, como Noé e sua família foram salvos da morte
“através da água” do dilúvio pela Arca (I Pe 3:20), os Cristãos são salvos da
morte espiritual através do “batismo” por meio da ressurreição de Jesus Cristo
(verso 21; ver Rm 6:4-14); Portanto, os que previamente se arrependeram de seus
pecados (At 2:38) e creram em Jesus Cristo (Mc 16: 15 e 16).
Autor: Messias Abrantes.
Fonte:
Sinais dos Tempos, Julho de 1997, Pg. 29, usado com permissão.
Meu Deus que estudo profundo parabéns professor!!! Que Deus abençoe sua vida.
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