PREFÁCIO       

Vários são os fatores que me estimularam a preparação desse estudo, um deles foi: a falta de conhecimento sobre o assunto a ponto de alguns de nossos queridos irmãos ainda acreditarem nalguma espécie de vida após a morte, depois a dificuldade de encontrar todo o tema reunido num só lugar, com riqueza de textos bíblicos que facilite a compreensão do tema, e ainda a forma como é disseminada a crença de que alguém que morre é transferido para o “andar superior”, ou inúmera outras ignorâncias a respeito do tema. A crença após a morte é uma forma de idolatria e adoração a quem a criou, e as Igrejas que se dizem cristãs são profanadas por meio da idolátrica adoração aos demônios sem se aperceberem.
            O conhecimento bíblico é suficiente para nos libertar da ignorância da idolatria e nos conduzir a toda à verdade.
Aproveitem bem esse Estudo.

ESTUDO TEOLÓGICO SOBRE A NATUREZA DO HOMEM

            O verdadeiro conhecimento sobre a natureza do homem nos revela a sua condição após a morte, e nos liberta de crenças errôneas, fobias e superstições. “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). O Senhor Jesus advertiu os Saduceus dizendo “... errais por não conhecer as escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29).
            O objetivo desse estudo é mostrar também que há harmonia entre o antigo e o novo testamento, sobre o tema da condição do homem na morte, que inferno eterno não existe conforme as escrituras, que não existe a imortalidade da alma e que imortal só Deus. Mas o homem receberá a imortalidade só após a ressurreição. Utilizamos para esse estudo a Bíblia – revista e corrigida – João Ferreira de Almeida.

O SURGIMENTO DA VIDA

            Na criação do homem, Deus juntou dois elementos básicos: pó da terra e o fôlego da vida (Gn 2:7). A vida aqui é demonstrada como sendo a junção entre “pó da terra” e “fôlego da vida”, fazendo surgir à alma vivente que é o ser humano. O termo em hebraico traduzido em (Gn 2:7), como “alma vivente” é NEPHESH CHAYYAH, também aplicado a animais marinhos, insetos, repteis e bestas. Veja (Gn 1:20,24 e 2:19).
            O termo hebraico NEPHESH, que é traduzido como “ser vivente” ou “alma vivente”, provém de “naphash”, que significa “respirar” (ser que respira). No Novo Testamento o termo equivalente no grego é PSUCHÊ. Uma vez que a respiração é a mais evidente manifestação da vida, NEPHESH designa basicamente o homem como uma criatura vivente, um ser vivo, ou seja, uma pessoa. Quando utilizada para animais, tal como na criação, a palavra os descreve como criaturas viventes, seres viventes ou almas viventes.

ALMA, O QUE É?

            A Bíblia afirma que o homem “passou a ser alma vivente” ou “foi feito alma vivente”. Não é encontrado no relato bíblico da criação algo que indique que o homem “recebeu uma alma” ou que foi introduzido no homem alguma espécie de entidade separada, ou que foi unida ao corpo do homem.
            Utilizando o termo bíblico original NEPHESH para designar o homem em seu estado “vivente” fica provado que a Bíblia não reconhece esta entidade espiritual que, segundo crenças, sai do homem por ocasião da morte. Portanto, o homem não tem uma alma vivente, ele próprio é uma alma vivente, um ser vivente.
           
A UTILIZAÇÃO DO NEPHESH

O termo NEPHESH ocorre 755 vezes no Antigo Testamento e representa a própria pessoa, sendo em muitos casos traduzido como “pessoa”.
NEPHESH = ALMA = PESSOA
Gn 14:21; Num 5:6; DT 10:22; Lv11:43; IS 46:2
Ex.: “Disse o rei de Sodoma a Abraão, ‘dá-me a mim as almas’...”, ou seja, dá-me a mim as pessoas.
NEPHESH = ALMA = VIDA
Lv 17:11,14; Gn 9:4,5; II.Sm 19:5.
Nesses textos o termo NEPHESH é traduzido como vida.
No Novo Testamento, o termo grego PSUCHÊ é correspondente ao NEPHESH do Antigo Testamento.
Ex.: Ap 16:3 = PSUCHÊ = Ser Vivente
O termo PSUCHÊ refere-se também a:
Vida = Mt 16:25
Pessoa = At 7:14 e 27:37 – I Pe 3:20
Emoções = Mc 14:34 e Lc 2:35
NEPHESH ou PSUCHÊ, pode referir-se a todo o ser (pessoa), como também afeições, emoções, apetites e sentimentos. Concluindo, em Gn 2:7, o homem foi feito “alma vivente”, “ser vivente” ou “pessoa vivente”.

O QUE É ESPÍRITO?

            A palavra espírito é traduzida no Antigo Testamento do hebraico RUASH. É definido como fôlego, ar em movimento, brisa, vida. No Novo testamento, o termo correspondente é PNEUMA, termo grego traduzido por espírito e tem a mesma conotação de RUASH.
RUASH ou PNEUMA = Espírito, significa energizante centelha de vida que é essencial à existência de um indivíduo.
RUASH é traduzido nesses textos como:
Espírito: Sl 146:4 – Ec 12:7
Respiração: Sl 104:29
Fôlego: Ec 3:19 – Gn 2:7
Sopro Jo 27:3
            Em Gênesis 2:7, “Deus soprou nas narinas o fôlego de vida”. Este fôlego de vida não está limitado às pessoas somente, pois há relato de que os animais possuem o mesmo fôlego, (Gn 7:15,22), os animais que entraram na arca, (Ec 3:19). Animais em geral.

O QUE É A MORTE?

            Segundo o dicionário Aurélio, morte é: cessação de vida; Cessar de respirar; o oposto da vida. Agora vejamos o que a Bíblia diz:
            O que acontece na morte é o contrário do que aconteceu na criação. Na criação houve a junção de dois elementos: Pó da terra + Fôlego da vida (Gn 2:7). Na morte acontece a separação do fôlego de vida (espírito, RUASH) e o pó da terra (matéria física). “E o pó volte a terra como o era e o espírito (fôlego, sopro, ar em movimento) volte a Deus que o deu”, (Ec 12:7).
            A declaração de Salomão, de que o espírito (RUASH) retorna a Deus que o deu, indica que o que retorna a Deus é simplesmente o princípio vital que Ele (Deus) soprou nas narinas do homem por ocasião da criação. Não há indicação de que o espírito ou respiração seja uma entidade consciente separada do corpo.
            Conclusão:
            Alma: ser vivo, pessoa, ser que respira;
            Espírito: Fôlego de vida, que anima o corpo, sopro de Deus.

IMORTALIDADE

            A origem da doutrina da imortalidade da alma remonta tempos bem distantes, e está baseada numa declaração de satanás de que a alma não morreria nunca, contrariando a declaração do próprio Deus de que a alma morre (Ez 18:4).
            Declaração Divina – Gn 2:17 – “Certamente morrerás”.
            Declaração do satanás – Gn 3:4 - “Certamente não morrerás”.
            Da declaração contrária a palavra de Deus veio originar-se o Espiritismo e suas crenças como reencarnação, consulta aos mortos, necromancia, etc. A maioria dos Cristãos hodiernos crê que a alma do homem é uma parte que é imortal, ou seja, continua viva e consciente mesmo após a morte, seja no inferno (para os maus) ou no Paraíso (para os bons). Essa doutrina da imortalidade não é encontrada na Bíblia, pois,  a palavra de Deus revela que a morte é um estado de sono inconsciente, sem comunicação, e só será interrompido na ressurreição final.

O que é imortalidade?
A imortalidade é o estado ou qualidade daquilo que não está sujeito a morte.
IMORTAL = que não morre; eterno;(Aurélio).

Quem unicamente é imortal?
I.Tm 1:17 e 6:16. Só Deus é Imortal.
Quanto ao homem, a Bíblia diz que é mortal. A morte é a condenação pelo pecado(Is 51:12).
Rm 5:12 e 6:23
A alma é mortal.
Ez 18:4 e 20 e 13:19
            Os termos usualmente traduzidos como alma ou espírito ocorrem mais de 1600 vezes

O ESTADO DO HOMEM NA MORTE

            A morte, um sono: A bíblia refere-se repetidas vezes a morte comparando-a ao sono (estado de inconsciência).
Jo 14:10-12, Sl 13:3, Dn 12:2
            O próprio jesus comparou a morte ao sono:
            Mc 5:39, Mt 9:24, a filha de Jairo.
            Jo 11:11-14. Lázaro, o qual também Jesus despertou do sono através da ressurreição. (A ressurreição teria sido terrível pata Lázaro, se ele estivesse com deus e o Senhor Jesus o trouxesse de volta ao mundo de sofrimento e morte).
Mt27:52, santos que dormiam foram ressuscitados.
At 7:60, Estevão foi considerado como tendo adormecido.
ICor 15:51-52, I Tes 4:13-17, o Apóstolo Paulo trata a morte como um sono.
II.Pe 3:4, Pedro usa a mesma comparação.
            Portanto, para a Bíblia, a morte não é uma aniquilação completa, nem tampouco passagem de uma vida para outra ou a porta de entrada da glória, mas apenas um estado temporário de inconsciência, enquanto aguarda a ressurreição. A palavra Cemitério deriva do grego “koemitério” que significa dormitório. Foi chamado assim pelos cristãos do primeiro século.

PARA ONDE VÃO OS QUE MORREM?

            Qual o destino imediato do que morrem? A Bíblia responde a esta questão harmonizando o destino dos mortos ao seu estado de inconsciência, ou seja, dormem nos túmulos.
            Estão nos sepulcros. (Jo 5:28-29). Por ocasião da sua vinda, Jesus os encontrará aí.
            Ec 9:10 – Todos irão para a sepultura (Edição revista e corrigida).
            O destino de todas as pessoa que morrem:
            Gn 3:19 – Sl 104:29 – Ec 12:7 – Ec 3:20 – Is 26:19 – Jo 17:13-16.
            A verdade é que todos os que morreram bons ou maus, estão inconscientes e não podem:
            Realizar qualquer coisa, (Ec 9:10);
            Não tem sentimento ou comunicação com os vivos, (Ec 9:5-6);
            Não louvam a Deus, (Is 38:18-19, Sl 115:17, Sl 30:9, Sl 6:5);
            Não têm qualquer comunicação, (Sl 94:17).

RESSURREIÇÃO

 A doutrina da Ressurreição anula toda crença na imortalidade da alma e da reencarnação. Se por ocasião da morte, o homem fosse para o céu ou para o inferno, não haveria necessidade de ressurreição e nem também de Juízo Final, e nem da vinda do Senhor Jesus, pois sua vinda será para a ressurreição e ajustes de contas finais (I Tes 4:14-17, AP 22:12).
Recompensa final para maus e bons só na ressurreição (Jo 5:28-29).
Os salvos recompensados na ressurreição (Lc 14:14).
Abraão, Isaque e Jacó aguardam a ressurreição para serem levados ao Céu (Lc 20:37-38).
Jó acreditava piamente que veria o Senhor, após a ressurreição (Jó 19:25-27, 17:13-16).
Davi tinha certeza de sua salvação pela graça de Deus, mas admitiu que só a desfrutaria após a ressurreição (Sl 17:15, At 2:29-34).
Isaias também afirma sua crença na ressurreição (Is 26:19).
Os crentes do Novo Testamento creiam na ressurreição final. Pois, Marta faz essa declaração, ao próprio Jesus quando Ele afirma que Lázaro ressuscitará (Jo 11:23-25).
O apóstolo Paulo testifica que a ressurreição dos Crentes no final está associada na Ressurreição de Jesus. Ele combate os que não creem na ressurreição de Cristo e afirma que se Cristo não houvesse ressuscitado, todos os Crentes do Antigo testamento estariam perdidos, sem esperança de salvação (I Cor 15:16-19).



INFERNO

A palavra inferno vem do latim “INFERRI” e significa lugar inferior. O tradutor bíblico utilizou a palavra inferno, substituindo cinco outras palavras, com significado completamente diferente do conceito religioso popular de inferno, como lago de fogo, para onde vão as almas incorpóreas condenadas, onde ficarão queimando eternamente. Esse conceito não é encontrado nas escrituras sagradas, apesar das aplicações que normalmente se fazem de textos simbólicos e parábolas.
As cinco palavras normalmente traduzidas por inferno são: HADES – SHEOL- TANATO – TÁRTARO – GEENA.

SHEOL E HADES

SHEOL – Hebraico Antigo Testamento, e a palavra correspondente no Novo testamento é HADES, Grego. Ambas as palavras são traduzidas como inferno e significam: sepultura; lugar dos mortos; morada dos mortos.
O termo SHEOL utilizado no Antigo Testamento (Jo 17:13-16), é traduzido como sepultura (inferno). Verso 13, os mortos vão para a sepultura, Verso 16, os mortos vão para o pó. Em Ec 9:10, SHEOL é sepultura e tradutores modernos traduzem SHEOL por além (Edição revista e atualizada).
Salmos 16:10 – aqui é uma profecia sobre a ressurreição de Jesus e o termo SHEOL é traduzido por inferno ou morte. No Novo Testamento é apresentada a já cumprida profecia o termo HADES, Grego, correspondente de SHEOL, e é traduzido por sepultura. Atos 2:27,31.
Em relação ao termo HADES traduzido por inferno ou além, vejamos Apocalipse 20:13,14 que nos facilita a compreensão:
No verso 13 fica claro que Além ou Inferno é sepultura ou lugar onde estão os mortos, e no verso 14 encontramos o inferno e a morte sendo lançados dentro do lago de fogo, onde será destruído. Como harmonizar esse texto com a ideia de inferno de fogo sendo lançado dentro do lago de fogo?
Impossível! Inferno = Sepultura; e sepultura é símbolo da morte, e a morte salário do pecado, e o Senhor Jesus porá fim ao pecado, e, consequentemente, a morte no Juízo Final, chamado de Juízo Executivo. 
Observe que não há nenhuma comprovação bíblica da existência de um lugar de fogo onde estão sendo atormentadas as almas dos que morreram. Apocalipse 20:10 diz que o próprio diabo será lançado no lago de fogo junto com a besta e o falso profeta.
Isaias 14:9-11, diz que o Inferno (SHEOL) é um lugar onde os bichos comem os cadáveres; também não se refere aqui a um lugar de fogo.

TANATO

TANATO é um termo grego traduzido como Inferno em I Cor 15:55. “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está ó inferno (TANATO), o teu aguilhão”. O tema tratado no capítulo quinze é a transformação que experimentarão os salvos por ocasião da vinda do Senhor Jesus e ressurreição dos justos já transformados, e que nessa ocasião será alcançada a Vitória sobre a morte. Não haverá mais morte (Ap 21:4), inferno aqui traduzido do termo TANATO, e significa morte, não inferno de fogo.

TÁRTARO

TÁRTARO – lugar de trevas. Esse termo é encontrado em II Pe 2:4, única vez que é registrado na Bíblia, e declarai que os anjos foram expulsos da presença de Deus, foram separados da verdadeira luz do céu onde viviam, na luz inacessível e foram lançados na terra (AP 12:9), Inferno aqui é trevas, ausência da luz de Deus; Esse mundo é mundo de treva e a verdadeira luz só na presença de Deus (Is 15,60:1,2).
O texto aqui apresentado não fala de inferno de fogo, mas que os anjos estão num lugar de trevas, ou seja, ausência de luz de Deus; e ainda afirma que eles aguardam o juízo, isto é, não foram julgados ainda. No final serão julgados (Ap 20:9,10,14), juntos com todos os ímpios, quando serão lançados no lago de fogo e serão destruídos para sempre. Esta é a segunda morte (Ap 20:14).

GEENA

GEENA – termo hebraico que significa “vale dos filhos de Hinom”. O termo GEENA é traduzido por inferno em todos esses textos do Novo Testamento (Mat 5:22,29,30; 10:28; 18:9; 23:15,33; Mc 9:43-48; Lc 12:5 e Tg 3:6).
 O vale que pertencia aos filhos de Hinom, situado ao sul de Jerusalém, Is 18:16, era um lugar onde se fazia sacrifícios humanos a Moloque e Baal, e que até os próprios filhos de Israel, os reis Acaz e Manassés,  praticaram essas abominações (II Cr 28:3 e 33:6). O próprio Jeremias profetizou a visita do Senhor para castigar o povo com a destruição e a morte, de modo que este vale se tornou conhecido como a vale da matança (Jr 7:31-34, 19:2-6, 32:35). O rei Josias contaminou esse lugar para que ninguém sacrificasse seu filho ou filha pelo fogo a Moloque (II Reis 23:10). Por causa dos sacrifícios humanos que ali se realizavam, dos fogos que ali ardiam e das imundícies das cidades, pois ali se tornou depósito de lixo, havia cadáveres insepultos que decompunham sobre a terra e cadáveres de animais consumidos pelo bicho e pelo fogo (Jr 7:31-33). Esse vale passou  a servir como emblema do pecado e da maldição, e a palavra Ge-hinom, que quer dizer em hebraico “vale dos filhos de Hinom”, foi convertida em GEENA, que é traduzida como inferno nos Evangelhos e na Epístola de Tiago. Nos dias de Jesus, o local costumava ser depósito de lixo e animais mortos, e o fogo era permanente, pois não faltavam lixo e cadáveres para serem queimados.
O Senhor Jesus usou esse lugar como símbolo para o fim trágico que aguarda os ímpios. Apenas corpos físicos eram consumidos no GEENA, havia bicho nos corpos em putrefação. Veja que a expressão bíblica é que o “fogo não paga, e o bicho nunca morre”. “almas” no sentido “espírito desencarnado” nunca seriam consumidos por bicho. Até aqui nenhuma comprovação da existência de inferno eterno.

O FOGO E SUAS CONSEQUÊNCIAS ETERNAS

Mediante o estudo que fizemos, em lugar algum a Bíblia afirma existir um inferno ou que estão queimando os que morreram e quem ninguém, nem bom, nem mau, já recebeu sua recompensa. Surge então a pergunta: E o “fogo eterno”? Apocalipse Capítulo Vinte diz que haverá fogo, e em outras partes da Bíblia também se referem ao fogo. São essas as passagens que falam de fogo eterno:
Mat 18:8 – 3:12 – 25:41
Mc 9:43-48
Lc 3:17
Jd 7
Ap 14:11 – 19:3 – 20:10
O termo grego que é traduzido como eterno é AION, que pode significar eterno (que não tem fim) ou eterno enquanto dure. Precisamos analisar o contexto para saber a conotação exata do termo usado.
Em Apocalipse 20:10 diz: “serão atormentados pelos séculos dos séculos”. Do grego AION TON AION que significa “para sempre”, “eternamente”. O verso anterior explica.
Ap 20:9 diz que o fogo que desceu do céu os “consumiu”. O termo grego traduzido por “consumiu” é KATAPHAGEN, e significa “destruir totalmente”. Logo, os ímpios serão atormentados “eternamente” (enquanto duram) até que toda substância seja consumida  (destruída) pela ação do fogo, “queimam para sempre”, ou seja, nunca mais existirá novamente. Consequências eternas.
Outro exemplo que nos ajuda a entender esse fogo eterno está registrado em Judas, versos 6 e 7:
Judas 6: fala de “ anjos guardados em trevas com algemas eternas (AION), até o Juízo”. Veja que essas algemas são eternas até o Juízo. Ao chegar o Juízo, receberão a sentença e não haverá mais algemas eternas. As algemas são eternas até que se cumpra o seu objetivo.
Judas 7: diz que “Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas sofreram punição do “fogo eterno”, como exemplo. O texto bíblico declara que a punição dessas cidades foi “fogo eterno”, mas elas não estão queimando até hoje. O apóstolo Pedro declara que Sodoma e Gomorra se tornaram em cinzas (II Pe 2:6), para exemplo a todos que vivem impiamente. Os dois autores inspirados usam a palavra “exemplo” para mostrar que, o que aconteceu aquelas cidades, irá acontecer e da mesma maneira a todos que não aceitaram o plano de Salvação de Deus.
A Sodoma e Gomorra desceu fogo do Céu (fogo eterno) e as consumiu, transformou em cinza aos ímpios om mesmo exemplo; “desceu fogo dos céu e os consumiu” (Ap 20:10); transformou-se em cinza (Ml 4:3).

FOGO QUE NÃO SE PAGARÁ

Jeremias 12:27 traz a profecia que o Senhor poria fogo em Jerusalém. “fogo que não se apagará”, vaticinou o profeta. Em Lm 4:11, o próprio profeta afirma que Deus cumprira com o que havia prometido. Novamente em II Cr 36:19 e 21, a Bíblia diz que fora cumprido o que profetizara Jeremias. Jerusalém não está queimando até hoje, Por quê? Será que falhou a profecia? Não, Deus, jamais falha. O fogo não se pagaria enquanto existisse o que queimar. Esse princípio é o mesmo aplicado aos ímpios. O fogo não se pagará até que transforme tudo em cinza.

O DESTINO FINAL DOS ÍMPIOS

O destino final dos ímpios é a destruição, o aniquilamento. Assim diz a Bíblia:
Os ímpios serão transformados em cinza (Ml 4:1,3). A destruição será completa, pois será queimada a raiz do pecado, isto é, o originador do pecado Satanás, que também será transformado em cinza, e também os ramos, todos os ímpios (Is 5:24; Ez28:16-19).
Os ímpios se desfarão em fumaça, (Sl37:20);
Serão consumidos, (Ap 20:9 – SL 21:9);
Serão devorados pelo fogo, (Hb 10:27);
Serão completamente exterminados, (Na 1:15);

TERIA JESUS PROMETIDO AO LADRÃO, CONVERTIDO NA CRUZ, A ENTRADA NO PARAÍSO NAQUELE MESMO DIA?

            Compreendendo o que está escrito em Lucas 23:42, o texto diz: “E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando entrares em teu reino. Jesus lhe respondeu: em verdade, te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23:42,43).
            Analisemos alguns pontos desse texto:
1)      Não podemos ignorar o princípio de que a Bíblia não se contradiz. Portanto, é possível harmonizar o que aqui está escrito com o restante da Bíblia;
2)      A questão em torno da qual gira a polêmica é a ocasião em que os santos deverão “entrar” no Paraíso. Se Jesus prometeu ao ladrão convertido, entrada imediata no Paraíso estaria contrariando todas as Escrituras que afirmam que todos os salvos só receberão a recompensa na vinda de Jesus, ou seja, na ressurreição final (I Tes. 4:16,17).
Mat. 16:27, o próprio Jesus afirma que os salvos só irão ao Paraíso quando Ele vier em Glória. Ver também Mat 25:31-34.
O apóstolo Paulo que está prestes a ser executado por ordem de Nero, Imperador Romano, sabe o dia da sua morte, e afirma com convicção que a sua coroa (recompensa) está guardada e a receberá no dia da vinda de Jesus (II Tm 4:6-8,).
Os salvos recompensados na ressurreição dos justos (Lc 14:14,).
Jesus na sua vinda trará a recompensa a todos (Ap 22:12,).
Heb 11, A Galeria dos Vencedores. Aqui temos vários Santos Vitoriosos, que aguardam ainda o cumprimento da promessa. Os versos 39 e 40 do mesmo capítulo afirmam que “ainda não alcançaram promessa... para que sem nós não fossem aperfeiçoados”.
3)      O pedido do ladrão continha aspectos de uma grande verdade escatológica.
A Edição revista e atualizada diz: quando “vieres” no teu reino (Lc 23:42). Aquele homem sabia que:
a-      Jesus tinha um reino;
b-       E que esse reino viria no futuro;
c-      E que ele não iria para o reino, mas que esse reino viria buscá-lo.
4)      Jesus não foi ao Paraíso naquele mesmo dia; notemos Suas palavras a Maria em Jo 20:17: “...ainda não subi para o meu...”. Se Jesus, três dias depois, ainda não havia subido ao Pai, como poderia no mesmo dia ter estado com aquele homem no Paraíso? A afirmação de Jesus é que Ele estaria por três dias no seio da terra e que só depois ressuscitaria e subiria ao céu (Mt 12:40).
5)       O ladrão na cruz não morreu naquele mesmo dia. Notemos que um condenado na cruz geralmente levava dias para morrer. Alguns ficavam sofrendo vários dias e morriam de fome e sede. E chegando o sábado, os Judeus não permitiam que ficassem na cruz, e quebravam as pernas para que não fugissem, e passado o sábado, voltavam a prendê-los na cruz. E foi justamente isto que ocorreu aos ladrões crucificados com Cristo (Jo 19:3-33). Arnaldo B. Cristianini, em seu livro, subtilezas do erro, pág. 222, afirma: “depois de o sábado haver passado, sem dúvida esses dois condenados foram outra vez amarrados a cruz, e lá ficaram diversos dias, até morrerem (...). Se era necessário quebrar as pernas aos dois malfeitores, antes do pôr do sol, é porque não haviam morrido ainda, e viveram pelo menos um dia a mais do que o Mestre, na pior das hipóteses. Como podia um deles estar no mesmo dia junto de Jesus?”
Era algo incomum o crucificado morrer no mesmo dia da crucificação.  E Pilatos experiente em mandar pessoas para a cruz, ficou admirado quando soube que Jesus morrera no mesmo dia. Era um fato inusitado (Mc 15:44).
6)      Subsídios da língua original bíblica:
As pontuações, da maneira como usamos hoje, não existiam nos tempos em que o Novo Testamento foi escrito. Dessa forma o texto aparece assim: “Em verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso”.
A princípio, nem mesmo as palavras eram separadas. Gradativamente, foram introduzidas mudanças significativas na escrita. Até o quarto e quinto séculos, os textos dos Evangelhos não apresentavam nem pontos e nem vírgulas. No oitavo século foram introduzidos alguns sinais de pontuação. Os tradutores podiam transpor os textos da forma que mais convinha a sua convicção. Foi o que aconteceu com o texto em questão. O tradutor transpôs o texto conforme suas crenças na imortalidade da alma. E o texto ficou assim: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Existem traduções bem autorizadas que vertem o texto de Lucas 23:42,43 de forma a harmonizá-lo com o teor da Bíblia a respeito do galardão no reino quando Jesus voltar. São elas: Tradução Trinitariana, em português editada e 1883, e versão inglesa. Essas versões traduzem assim o texto completo: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres no teu reino. na verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso”.
O ladrão arrependido crê que o Senhor Jesus voltará para implantar o reino pede que seja lembrado por ocasião de Sua vinda. E Jesus lhe assegura de forma solene: “Hoje, te digo, você estarás comigo no Paraíso”.
Conclusão fatal é que Lc 23: 42,43 não fornece comprovação para a teoria da imortalidade inata do homem e seu imediato galardão após a morte.

PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO

Os que defendem a doutrina da imortalidade da alma costumam usar a parábola do rico e Lázaro em Lucas 16:19-31 para comprovar suas doutrinas. A interpretação errônea dessa parábola contradiz toda a Bíblia. O propósito desta pesquisa é buscar de maneira segura a compreensão da parábola e do que Jesus queria ensinar ao transmitir esta parábola.

O QUE É UMA PARÁBOLA

A palavra parábola vem do grego “parabolé”, que significa ilustração comparação. E a Bíblia confirma isso (Ez 17:2). Nos Evangelhos, uma parábola é uma narrativa utilizada como recurso didático a fim de facilitar a compreensão de uma verdade espiritual. Na Parábola do Semeador, o Senhor Jesus utilizou-se de um fato corriqueiro bastante conhecido pelos seus ouvintes, para ilustrar verdades do seu reino, tornando-as mais compreensíveis para os seus discípulos.
Há alguns princípios de interpretação que precisamos usar quando estudamos uma parábola:
1-      Uma Parábola ilustra uma verdade, e não é uma verdade em si mesma. No livro de Juízes 9:8-15, encontramos uma parábola que diz que as árvores do bosque se reuniram para escolher um rei que governasse sobre elas. Não é verdade que árvores fazem eleições, mas alguém transmitia uma verdade com essa narrativa.
2-      Não se pode fundamentar uma doutrina numa parábola. Se usarmos todos os detalhes de uma parábola para provar doutrinas, teríamos que dizer que Deus não tem boa vontade para atender nossas preces como na parábola do juiz iníquo (Lc 18:1-8), ou que Jesus ensinou ser desonesto como na parábola do administrador infiel (Lc 16:1-9).

O QUE JESUS QUERIA ENSINAR COM ESSA PARÁBOLA?

Algumas lições que podemos aprender com essa ilustração       
1.      Jesus estava combatendo a avareza. Os Judeus que o ouviam eram avarentos, menosprezavam os pobres, e se consideravam superiores pelo fato de que tinham mais posses terrenas, e eram insensíveis a fome e a dor alheia. Ainda consideravam que pobreza era sinal do desfavor de Deus. A lição ensinada na parábola é que os avarentos não vão para os céus.
2.      A oportunidade de nos prepararmos para a salvação é enquanto estamos vivos.
3.      Que a bíblia é suficiente para mostrar o caminho da salvação. “Tem aí Moisés e o profeta”.
Pontos a serem considerados:
            Visto essa parábola de forma literal, teríamos que admitir que o Paraíso é tão próximo ao lugar de tormento ou “inferno” que seria possível uma conversa entre os habitantes de ambos os lugares.
            Se essa fosse uma descrição real do homem na morte, então o céu certamente não seria um lugar de alegria e de felicidade, pois os salvos poderiam acompanhar de perto o sofrimento de seus entes queridos que se perderam. Como poderia uma mãe sentir-se feliz no céu contemplando ao mesmo tempo as agonias incessantes de seu filho no inferno? Seria praticamente impossível o cumprimento da promessa bíblica de que então “não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Ap 21:4). Através dessa parábola, Jesus queria mostrar aos Judeus que o parentesco com Abraão, do qual eles se orgulhavam, não era suficiente para conduzi-los a salvação, mas que eles precisavam de um Salvador.
            A parábola conta que o mendigo foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. O Senhor Jesus usou crenças judaicas baseadas na tradição, de que Abraão estava sentado à porta do Paraíso, recepcionado as pessoas que ali chegavam acomodando-as em seu regaço; daí o termo seio de Abraão. A verdade revelada pela Bíblia é que o próprio Abraão descansa no pó aguardando ressurreição (Lc 20, 37-39; Hb 11:39-40).
             Por sua vez, o rico foi colocado na sepultura, traduzido como inferno, do grego HADES, que significa “habitação dos mortos”. Observe que o Senhor Jesus também esteve no HADES, que também é traduzido como “inferno” (sepultura), (At 2:24-27 e 31). Esse texto afirma que Jesus ressuscitaria, não ficaria preso a tumba e nem a morte, o seu corpo não veria a corrupção, ou seja, não se decomporia (não se estragaria). HADES ou inferno ou sepultura é o lugar que foi o rico e o mesmo que vai todo defunto que é sepultado, para onde foi o Senhor Jesus após sua morte (Ef4:9) e permaneceu até a sua ressureição , por um período de três dias. Não teria sentido dizer que Jesus foi a um lugar de tormento e esteve num inferno de fogo e sofrimento. Leia Mt 13:47-50.
           
ALMAS DEBAIXO DO ALTAR
AP 6:9
Poderia a Bíblia aqui está afirmando a existência da imortalidade da alma? Vamos analisar:
            O altar apresentado no quadro profético era provavelmente reminiscências do altar de bronze do santuário dos hebreus, e os mártires podem ser lembrados como sacrifícios apresentados a Deus. Como o sangue das vítimas era derramado à base do altar, e a vida da carne está no sangue, às almas daqueles que foram martirizados são comparados como estamos debaixo do altar (Lv 4:7 e 17:11,14).
            O altar corresponde nesta liturgia ao altar dos holocaustos (I Reis 8:64). Os mártires, testemunhas da palavra, são associados ao sacrifício de Cristo (Fl 2:5-8). Segundo a concepção bíblica e oriental, a vida reside no sangue. Aqui, as vidas dos mártires estão a base do altar celeste onde se consumam os seus sacrifícios (Lv 4:7).
             As almas debaixo do altar apresentadas por João nesta passagem são uma representação simbólica aos filhos de Deus que foram martirizados na Idade Média por causa do Evangelho. O sangue ou vida que seus perseguidores derramaram simbolicamente clama a Deus pedindo vingança a exemplo do sangue de Abel, em Gn 4:10, que clamava a Deus.
O significado aqui da palavra alma, do grego PSUCHÊ, é vida.
            Interpretar esta passagem de forma literal seria dizer que no céu as almas estariam presas debaixo de um altar desejando vingança.  E isto seria um disparate indescritível, pois os que chegarem ao céu jamais desejarão a morte de ninguém, mesmo que sejam seus inimigos (Mt 5:44).
            Se aceitássemos o relato como real, essas almas no céu e os ímpios perseguidores no inferno, segundo a crença popular, qual a razão de clamarem ainda por vingança, já que os seus torturadores estavam pagando seu merecido castigo?
            Esta passagem traz uma mensagem de conforto para os que sofreram, sofrem e sofrerão por Cristo, o cuidado incessante de Deus em favor dos que aceitaram o seu plano de Salvação.
            Muitos não podem compreender por que Deus permite que alguns de seus filhos fiéis sejam maltratados pelos ímpios. Embora o procedimento divino por vezes esteja além de nossa limitada compreensão, de uma coisa podemos ter certeza: Deus fará Justiça dando o galardão aos fiéis e deixando que os ímpios sejam destruídos.
            No capítulo 6 de Apocalipse, João apresenta uma profecia dos acontecimentos que se realizariam durante a Era Cristã. A referência as “almas debaixo do altar” (Ap 6:9) relaciona-se com a época da inquisição, período em que os Cristãos eram martirizados. Tanto a história secular, quanto a Bíblia Sagrada, nos informa que milhares e milhares doam chamados hereges foram barbaramente massacrados e mortos por todos os meios imagináveis. O contexto geral das escrituras nos impede de tomar esta passagem em seu sentido literal, pois se assim fosse, teríamos de aceitar a morte e o inferno cavalgando um cavalo literal através da terra (Ap 6:8).

HÁ COMUNICAÇÃO ESNTRE VIVOS E MORTOS?
I SAM 28:11-20
O episódio entre e a pitonisa de Endor, registrado em I Sam 28, é usado por pessoas que acreditam em vida após a morte na tentativa de provar que é possível se comunicar com os mortos. À luz da Bíblia, é impossível que isso aconteça. (Ec 9:5); e um estudo acurado desses textos nos fará compreender o que na verdade aconteceu ali.
            A narrativa do texto é feita segundo a perspectiva das pessoas que participaram do episódio, e conforme suas crenças. Analise atentamente:
            Verso 13: O rei pergunta “O que vês?”. Então a mulher disse a Saul: “Vejo Deuses que sobem da terra”. Haveria debaixo da terra morada de deuses? Samuel virou um Deus após sua morte?
            Verso 14: aqui temos dois problemas; a feiticeira viu um homem envolto numa capa que vinha subindo e Saul “entendeu” que era Samuel. Verso 15: “por que desinquietaste-me fazendo subir?”.
Se a recompensa fosse imediatamente após a morte, Samuel não deveria estar no Céu?  Como subiu da terra? A ideia de que existe debaixo da terra um lugar onde existem deuses e as pessoas que morrem se transformam em deuses não está na Bíblia.
O outro probleminha: Saul não viu Samuel, e pela descrição da mulher, “entendeu que fosse o profeta”, engano típico do inimigo para fortalecer suas doutrinas. Verso 19: Samuel disse: “amanhã tu e teus filhos estarão comigo”. Como poderiam seguir para onde estava Samuel? Saul havia sido desamparado por Deus, por causa dos seus sucessivos erros e pecados (veja verso 16). Como poderia morrer e se unir a Samuel? Samuel é citado na Galeria dos Vencedores pela fé, em Hebreus 11, e o destino desses é o Céu. São dois destinos diferentes. Jamais poderia o rei ímpio ir para o Céu, ou Samuel Santo ir para o inferno. A crença que realmente era Samuel aqui contraria toda a Bíblia.


ESPÍRITOS EM PRISÃO
I PE 3:18-21

Quem são os “espíritos em prisão” para os quais Jesus pregou em I PE 3:19-21? O texto está falando da possibilidade de serem batizadas pessoas que já morreram?
Por Albert R. Timm:
Alguns comentarista bíblicos identificam a pregação aos “espíritos em prisão” mencionada em I Pedro 3:19 como uma suposta pregação de Cristo, após Sua morte e antes de Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos dias de Noé.
A primeira dessas teorias é inaceitável, pois contraria o claro ensino bíblico (1) de que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o Juízo” (Hb 9:27); e (2), de que “os mortos permanecem inconscientes na sepultura até o dia da ressureição (ver Jo 14:10-12; Sl 146:4; Ec 9:5,10; I Cor 15:16-18; I Ts 4:13-15). Seria, portanto, completamente antibíblico  pretender que Cristo, enquanto repousava na sepultura, ou mesmo após a ressurreição haja descido ao Inferno para estender uma nova oportunidade de Salvação aos pretensos espíritos desencarnados dos antediluvianos.
Já a teoria de que Cristo pregou, após Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos dias de Noé não consegue responder satisfatoriamente questões básicas: que necessidade haveria de Cristo pregar aos anjos caídos, sendo que estes já não tinham mais acesso a Salvação? (ID 6). Como conciliar o fato de I Pedro 3:20 qualificar esses “espíritos em prisão” como havendo sido desobedientes “noutro tempo” com o conceito bíblico de que os anjos maus continuam desobedientes até hoje? (Ef 6:12; I Pe 5:8).
Analisando detidamente o conteúdo de I Pedro 3:18-21, percebe-se em primeiro lugar que a pregação aos “espíritos em prisão” foi levada a efeito por Cristo em Sua condição original glorificada. Essa interpretação é sugerida pela própria construção da frase “morto sim na carne, mas vivificado no espírito” (verso 18); tomada isoladamente, pode ser vertido também como “vivificado pelo Espírito” (com referência ao Espírito Santo). Mas quando aplicado especificamente a Cristo e usada em contrate com a expressão “na carne”, a tradução mais apropriada é “vivificado no espírito”.
Já os “espíritos em prisão” (verso 19) que foram o alvo da pregação de Cristo, são identificados no verso 20 como sendo os “desobedientes” antediluvianos dos “dias de Noé”. O termo espírito (grego pneuma) é usado nesse texto e em outras partes do Novo Testamento (I Cor 16:18; GL 6:18) como referência a pessoas vivas capazes de ouvirem e aceitarem o convite da Salvação. Por sua vez, a expressão “em prisão” refere-se obviamente não a uma prisão literal, mas a prisão do pecado em que se encontra a natureza humana carnal não regenerada (ver Rm 6:1-23 e 7:7-25).
Diante disso, somos levados à evidente conclusão de que a pregação de Cristo aos antediluvianos impertinentes foi efetivada através de “divinamente instruído” por Deus (Hb 11:7) e qualificado pelo próprio apóstolo Pedro como “Pregador da Justiça” par os contemporâneos (II Pe 2:5).
Pedro evoca, então, à lembrança a analogia de Cristo entre os “dias de Noé” e os últimos dias (ver Mt 24:37-39). Assim, como Noé e sua família foram salvos da morte “através da água” do dilúvio pela Arca (I Pe 3:20), os Cristãos são salvos da morte espiritual através do “batismo” por meio da ressurreição de Jesus Cristo (verso 21; ver Rm 6:4-14); Portanto, os que previamente se arrependeram de seus pecados (At 2:38) e creram em Jesus Cristo (Mc 16: 15 e 16).

Fonte: Sinais dos Tempos, Julho de 1997, Pg. 29, usado com permissão.PREFÁCIO       

Vários são os fatores que me estimularam a preparação desse estudo, um deles foi: a falta de conhecimento sobre o assunto a ponto de alguns de nossos queridos irmãos ainda acreditarem nalguma espécie de vida após a morte, depois a dificuldade de encontrar todo o tema reunido num só lugar, com riqueza de textos bíblicos que facilite a compreensão do tema, e ainda a forma como é disseminada a crença de que alguém que morre é transferido para o “andar superior”, ou inúmera outras ignorâncias a respeito do tema. A crença após a morte é uma forma de idolatria e adoração a quem a criou, e as Igrejas que se dizem cristãs são profanadas por meio da idolátrica adoração aos demônios sem se aperceberem.
            O conhecimento bíblico é suficiente para nos libertar da ignorância da idolatria e nos conduzir a toda à verdade.
Aproveitem bem esse Estudo.

ESTUDO TEOLÓGICO SOBRE A NATUREZA DO HOMEM

            O verdadeiro conhecimento sobre a natureza do homem nos revela a sua condição após a morte, e nos liberta de crenças errôneas, fobias e superstições. “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). O Senhor Jesus advertiu os Saduceus dizendo “... errais por não conhecer as escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29).
            O objetivo desse estudo é mostrar também que há harmonia entre o antigo e o novo testamento, sobre o tema da condição do homem na morte, que inferno eterno não existe conforme as escrituras, que não existe a imortalidade da alma e que imortal só Deus. Mas o homem receberá a imortalidade só após a ressurreição. Utilizamos para esse estudo a Bíblia – revista e corrigida – João Ferreira de Almeida.

O SURGIMENTO DA VIDA

            Na criação do homem, Deus juntou dois elementos básicos: pó da terra e o fôlego da vida (Gn 2:7). A vida aqui é demonstrada como sendo a junção entre “pó da terra” e “fôlego da vida”, fazendo surgir à alma vivente que é o ser humano. O termo em hebraico traduzido em (Gn 2:7), como “alma vivente” é NEPHESH CHAYYAH, também aplicado a animais marinhos, insetos, repteis e bestas. Veja (Gn 1:20,24 e 2:19).
            O termo hebraico NEPHESH, que é traduzido como “ser vivente” ou “alma vivente”, provém de “naphash”, que significa “respirar” (ser que respira). No Novo Testamento o termo equivalente no grego é PSUCHÊ. Uma vez que a respiração é a mais evidente manifestação da vida, NEPHESH designa basicamente o homem como uma criatura vivente, um ser vivo, ou seja, uma pessoa. Quando utilizada para animais, tal como na criação, a palavra os descreve como criaturas viventes, seres viventes ou almas viventes.

ALMA, O QUE É?

            A Bíblia afirma que o homem “passou a ser alma vivente” ou “foi feito alma vivente”. Não é encontrado no relato bíblico da criação algo que indique que o homem “recebeu uma alma” ou que foi introduzido no homem alguma espécie de entidade separada, ou que foi unida ao corpo do homem.
            Utilizando o termo bíblico original NEPHESH para designar o homem em seu estado “vivente” fica provado que a Bíblia não reconhece esta entidade espiritual que, segundo crenças, sai do homem por ocasião da morte. Portanto, o homem não tem uma alma vivente, ele próprio é uma alma vivente, um ser vivente.
           
A UTILIZAÇÃO DO NEPHESH

O termo NEPHESH ocorre 755 vezes no Antigo Testamento e representa a própria pessoa, sendo em muitos casos traduzido como “pessoa”.
NEPHESH = ALMA = PESSOA
Gn 14:21; Num 5:6; DT 10:22; Lv11:43; IS 46:2
Ex.: “Disse o rei de Sodoma a Abraão, ‘dá-me a mim as almas’...”, ou seja, dá-me a mim as pessoas.
NEPHESH = ALMA = VIDA
Lv 17:11,14; Gn 9:4,5; II.Sm 19:5.
Nesses textos o termo NEPHESH é traduzido como vida.
No Novo Testamento, o termo grego PSUCHÊ é correspondente ao NEPHESH do Antigo Testamento.
Ex.: Ap 16:3 = PSUCHÊ = Ser Vivente
O termo PSUCHÊ refere-se também a:
Vida = Mt 16:25
Pessoa = At 7:14 e 27:37 – I Pe 3:20
Emoções = Mc 14:34 e Lc 2:35
NEPHESH ou PSUCHÊ, pode referir-se a todo o ser (pessoa), como também afeições, emoções, apetites e sentimentos. Concluindo, em Gn 2:7, o homem foi feito “alma vivente”, “ser vivente” ou “pessoa vivente”.

O QUE É ESPÍRITO?

            A palavra espírito é traduzida no Antigo Testamento do hebraico RUASH. É definido como fôlego, ar em movimento, brisa, vida. No Novo testamento, o termo correspondente é PNEUMA, termo grego traduzido por espírito e tem a mesma conotação de RUASH.
RUASH ou PNEUMA = Espírito, significa energizante centelha de vida que é essencial à existência de um indivíduo.
RUASH é traduzido nesses textos como:
Espírito: Sl 146:4 – Ec 12:7
Respiração: Sl 104:29
Fôlego: Ec 3:19 – Gn 2:7
Sopro Jo 27:3
            Em Gênesis 2:7, “Deus soprou nas narinas o fôlego de vida”. Este fôlego de vida não está limitado às pessoas somente, pois há relato de que os animais possuem o mesmo fôlego, (Gn 7:15,22), os animais que entraram na arca, (Ec 3:19). Animais em geral.

O QUE É A MORTE?

            Segundo o dicionário Aurélio, morte é: cessação de vida; Cessar de respirar; o oposto da vida. Agora vejamos o que a Bíblia diz:
            O que acontece na morte é o contrário do que aconteceu na criação. Na criação houve a junção de dois elementos: Pó da terra + Fôlego da vida (Gn 2:7). Na morte acontece a separação do fôlego de vida (espírito, RUASH) e o pó da terra (matéria física). “E o pó volte a terra como o era e o espírito (fôlego, sopro, ar em movimento) volte a Deus que o deu”, (Ec 12:7).
            A declaração de Salomão, de que o espírito (RUASH) retorna a Deus que o deu, indica que o que retorna a Deus é simplesmente o princípio vital que Ele (Deus) soprou nas narinas do homem por ocasião da criação. Não há indicação de que o espírito ou respiração seja uma entidade consciente separada do corpo.
            Conclusão:
            Alma: ser vivo, pessoa, ser que respira;
            Espírito: Fôlego de vida, que anima o corpo, sopro de Deus.

IMORTALIDADE

            A origem da doutrina da imortalidade da alma remonta tempos bem distantes, e está baseada numa declaração de satanás de que a alma não morreria nunca, contrariando a declaração do próprio Deus de que a alma morre (Ez 18:4).
            Declaração Divina – Gn 2:17 – “Certamente morrerás”.
            Declaração do satanás – Gn 3:4 - “Certamente não morrerás”.
            Da declaração contrária a palavra de Deus veio originar-se o Espiritismo e suas crenças como reencarnação, consulta aos mortos, necromancia, etc. A maioria dos Cristãos hodiernos crê que a alma do homem é uma parte que é imortal, ou seja, continua viva e consciente mesmo após a morte, seja no inferno (para os maus) ou no Paraíso (para os bons). Essa doutrina da imortalidade não é encontrada na Bíblia, pois,  a palavra de Deus revela que a morte é um estado de sono inconsciente, sem comunicação, e só será interrompido na ressurreição final.

O que é imortalidade?
A imortalidade é o estado ou qualidade daquilo que não está sujeito a morte.
IMORTAL = que não morre; eterno;(Aurélio).

Quem unicamente é imortal?
I.Tm 1:17 e 6:16. Só Deus é Imortal.
Quanto ao homem, a Bíblia diz que é mortal. A morte é a condenação pelo pecado(Is 51:12).
Rm 5:12 e 6:23
A alma é mortal.
Ez 18:4 e 20 e 13:19
            Os termos usualmente traduzidos como alma ou espírito ocorrem mais de 1600 vezes

O ESTADO DO HOMEM NA MORTE

            A morte, um sono: A bíblia refere-se repetidas vezes a morte comparando-a ao sono (estado de inconsciência).
Jo 14:10-12, Sl 13:3, Dn 12:2
            O próprio jesus comparou a morte ao sono:
            Mc 5:39, Mt 9:24, a filha de Jairo.
            Jo 11:11-14. Lázaro, o qual também Jesus despertou do sono através da ressurreição. (A ressurreição teria sido terrível pata Lázaro, se ele estivesse com deus e o Senhor Jesus o trouxesse de volta ao mundo de sofrimento e morte).
Mt27:52, santos que dormiam foram ressuscitados.
At 7:60, Estevão foi considerado como tendo adormecido.
ICor 15:51-52, I Tes 4:13-17, o Apóstolo Paulo trata a morte como um sono.
II.Pe 3:4, Pedro usa a mesma comparação.
            Portanto, para a Bíblia, a morte não é uma aniquilação completa, nem tampouco passagem de uma vida para outra ou a porta de entrada da glória, mas apenas um estado temporário de inconsciência, enquanto aguarda a ressurreição. A palavra Cemitério deriva do grego “koemitério” que significa dormitório. Foi chamado assim pelos cristãos do primeiro século.

PARA ONDE VÃO OS QUE MORREM?

            Qual o destino imediato do que morrem? A Bíblia responde a esta questão harmonizando o destino dos mortos ao seu estado de inconsciência, ou seja, dormem nos túmulos.
            Estão nos sepulcros. (Jo 5:28-29). Por ocasião da sua vinda, Jesus os encontrará aí.
            Ec 9:10 – Todos irão para a sepultura (Edição revista e corrigida).
            O destino de todas as pessoa que morrem:
            Gn 3:19 – Sl 104:29 – Ec 12:7 – Ec 3:20 – Is 26:19 – Jo 17:13-16.
            A verdade é que todos os que morreram bons ou maus, estão inconscientes e não podem:
            Realizar qualquer coisa, (Ec 9:10);
            Não tem sentimento ou comunicação com os vivos, (Ec 9:5-6);
            Não louvam a Deus, (Is 38:18-19, Sl 115:17, Sl 30:9, Sl 6:5);
            Não têm qualquer comunicação, (Sl 94:17).

RESSURREIÇÃO

 A doutrina da Ressurreição anula toda crença na imortalidade da alma e da reencarnação. Se por ocasião da morte, o homem fosse para o céu ou para o inferno, não haveria necessidade de ressurreição e nem também de Juízo Final, e nem da vinda do Senhor Jesus, pois sua vinda será para a ressurreição e ajustes de contas finais (I Tes 4:14-17, AP 22:12).
Recompensa final para maus e bons só na ressurreição (Jo 5:28-29).
Os salvos recompensados na ressurreição (Lc 14:14).
Abraão, Isaque e Jacó aguardam a ressurreição para serem levados ao Céu (Lc 20:37-38).
Jó acreditava piamente que veria o Senhor, após a ressurreição (Jó 19:25-27, 17:13-16).
Davi tinha certeza de sua salvação pela graça de Deus, mas admitiu que só a desfrutaria após a ressurreição (Sl 17:15, At 2:29-34).
Isaias também afirma sua crença na ressurreição (Is 26:19).
Os crentes do Novo Testamento creiam na ressurreição final. Pois, Marta faz essa declaração, ao próprio Jesus quando Ele afirma que Lázaro ressuscitará (Jo 11:23-25).
O apóstolo Paulo testifica que a ressurreição dos Crentes no final está associada na Ressurreição de Jesus. Ele combate os que não creem na ressurreição de Cristo e afirma que se Cristo não houvesse ressuscitado, todos os Crentes do Antigo testamento estariam perdidos, sem esperança de salvação (I Cor 15:16-19).



INFERNO

A palavra inferno vem do latim “INFERRI” e significa lugar inferior. O tradutor bíblico utilizou a palavra inferno, substituindo cinco outras palavras, com significado completamente diferente do conceito religioso popular de inferno, como lago de fogo, para onde vão as almas incorpóreas condenadas, onde ficarão queimando eternamente. Esse conceito não é encontrado nas escrituras sagradas, apesar das aplicações que normalmente se fazem de textos simbólicos e parábolas.
As cinco palavras normalmente traduzidas por inferno são: HADES – SHEOL- TANATO – TÁRTARO – GEENA.

SHEOL E HADES

SHEOL – Hebraico Antigo Testamento, e a palavra correspondente no Novo testamento é HADES, Grego. Ambas as palavras são traduzidas como inferno e significam: sepultura; lugar dos mortos; morada dos mortos.
O termo SHEOL utilizado no Antigo Testamento (Jo 17:13-16), é traduzido como sepultura (inferno). Verso 13, os mortos vão para a sepultura, Verso 16, os mortos vão para o pó. Em Ec 9:10, SHEOL é sepultura e tradutores modernos traduzem SHEOL por além (Edição revista e atualizada).
Salmos 16:10 – aqui é uma profecia sobre a ressurreição de Jesus e o termo SHEOL é traduzido por inferno ou morte. No Novo Testamento é apresentada a já cumprida profecia o termo HADES, Grego, correspondente de SHEOL, e é traduzido por sepultura. Atos 2:27,31.
Em relação ao termo HADES traduzido por inferno ou além, vejamos Apocalipse 20:13,14 que nos facilita a compreensão:
No verso 13 fica claro que Além ou Inferno é sepultura ou lugar onde estão os mortos, e no verso 14 encontramos o inferno e a morte sendo lançados dentro do lago de fogo, onde será destruído. Como harmonizar esse texto com a ideia de inferno de fogo sendo lançado dentro do lago de fogo?
Impossível! Inferno = Sepultura; e sepultura é símbolo da morte, e a morte salário do pecado, e o Senhor Jesus porá fim ao pecado, e, consequentemente, a morte no Juízo Final, chamado de Juízo Executivo. 
Observe que não há nenhuma comprovação bíblica da existência de um lugar de fogo onde estão sendo atormentadas as almas dos que morreram. Apocalipse 20:10 diz que o próprio diabo será lançado no lago de fogo junto com a besta e o falso profeta.
Isaias 14:9-11, diz que o Inferno (SHEOL) é um lugar onde os bichos comem os cadáveres; também não se refere aqui a um lugar de fogo.

TANATO

TANATO é um termo grego traduzido como Inferno em I Cor 15:55. “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está ó inferno (TANATO), o teu aguilhão”. O tema tratado no capítulo quinze é a transformação que experimentarão os salvos por ocasião da vinda do Senhor Jesus e ressurreição dos justos já transformados, e que nessa ocasião será alcançada a Vitória sobre a morte. Não haverá mais morte (Ap 21:4), inferno aqui traduzido do termo TANATO, e significa morte, não inferno de fogo.

TÁRTARO

TÁRTARO – lugar de trevas. Esse termo é encontrado em II Pe 2:4, única vez que é registrado na Bíblia, e declarai que os anjos foram expulsos da presença de Deus, foram separados da verdadeira luz do céu onde viviam, na luz inacessível e foram lançados na terra (AP 12:9), Inferno aqui é trevas, ausência da luz de Deus; Esse mundo é mundo de treva e a verdadeira luz só na presença de Deus (Is 15,60:1,2).
O texto aqui apresentado não fala de inferno de fogo, mas que os anjos estão num lugar de trevas, ou seja, ausência de luz de Deus; e ainda afirma que eles aguardam o juízo, isto é, não foram julgados ainda. No final serão julgados (Ap 20:9,10,14), juntos com todos os ímpios, quando serão lançados no lago de fogo e serão destruídos para sempre. Esta é a segunda morte (Ap 20:14).

GEENA

GEENA – termo hebraico que significa “vale dos filhos de Hinom”. O termo GEENA é traduzido por inferno em todos esses textos do Novo Testamento (Mat 5:22,29,30; 10:28; 18:9; 23:15,33; Mc 9:43-48; Lc 12:5 e Tg 3:6).
 O vale que pertencia aos filhos de Hinom, situado ao sul de Jerusalém, Is 18:16, era um lugar onde se fazia sacrifícios humanos a Moloque e Baal, e que até os próprios filhos de Israel, os reis Acaz e Manassés,  praticaram essas abominações (II Cr 28:3 e 33:6). O próprio Jeremias profetizou a visita do Senhor para castigar o povo com a destruição e a morte, de modo que este vale se tornou conhecido como a vale da matança (Jr 7:31-34, 19:2-6, 32:35). O rei Josias contaminou esse lugar para que ninguém sacrificasse seu filho ou filha pelo fogo a Moloque (II Reis 23:10). Por causa dos sacrifícios humanos que ali se realizavam, dos fogos que ali ardiam e das imundícies das cidades, pois ali se tornou depósito de lixo, havia cadáveres insepultos que decompunham sobre a terra e cadáveres de animais consumidos pelo bicho e pelo fogo (Jr 7:31-33). Esse vale passou  a servir como emblema do pecado e da maldição, e a palavra Ge-hinom, que quer dizer em hebraico “vale dos filhos de Hinom”, foi convertida em GEENA, que é traduzida como inferno nos Evangelhos e na Epístola de Tiago. Nos dias de Jesus, o local costumava ser depósito de lixo e animais mortos, e o fogo era permanente, pois não faltavam lixo e cadáveres para serem queimados.
O Senhor Jesus usou esse lugar como símbolo para o fim trágico que aguarda os ímpios. Apenas corpos físicos eram consumidos no GEENA, havia bicho nos corpos em putrefação. Veja que a expressão bíblica é que o “fogo não paga, e o bicho nunca morre”. “almas” no sentido “espírito desencarnado” nunca seriam consumidos por bicho. Até aqui nenhuma comprovação da existência de inferno eterno.

O FOGO E SUAS CONSEQUÊNCIAS ETERNAS

Mediante o estudo que fizemos, em lugar algum a Bíblia afirma existir um inferno ou que estão queimando os que morreram e quem ninguém, nem bom, nem mau, já recebeu sua recompensa. Surge então a pergunta: E o “fogo eterno”? Apocalipse Capítulo Vinte diz que haverá fogo, e em outras partes da Bíblia também se referem ao fogo. São essas as passagens que falam de fogo eterno:
Mat 18:8 – 3:12 – 25:41
Mc 9:43-48
Lc 3:17
Jd 7
Ap 14:11 – 19:3 – 20:10
O termo grego que é traduzido como eterno é AION, que pode significar eterno (que não tem fim) ou eterno enquanto dure. Precisamos analisar o contexto para saber a conotação exata do termo usado.
Em Apocalipse 20:10 diz: “serão atormentados pelos séculos dos séculos”. Do grego AION TON AION que significa “para sempre”, “eternamente”. O verso anterior explica.
Ap 20:9 diz que o fogo que desceu do céu os “consumiu”. O termo grego traduzido por “consumiu” é KATAPHAGEN, e significa “destruir totalmente”. Logo, os ímpios serão atormentados “eternamente” (enquanto duram) até que toda substância seja consumida  (destruída) pela ação do fogo, “queimam para sempre”, ou seja, nunca mais existirá novamente. Consequências eternas.
Outro exemplo que nos ajuda a entender esse fogo eterno está registrado em Judas, versos 6 e 7:
Judas 6: fala de “ anjos guardados em trevas com algemas eternas (AION), até o Juízo”. Veja que essas algemas são eternas até o Juízo. Ao chegar o Juízo, receberão a sentença e não haverá mais algemas eternas. As algemas são eternas até que se cumpra o seu objetivo.
Judas 7: diz que “Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas sofreram punição do “fogo eterno”, como exemplo. O texto bíblico declara que a punição dessas cidades foi “fogo eterno”, mas elas não estão queimando até hoje. O apóstolo Pedro declara que Sodoma e Gomorra se tornaram em cinzas (II Pe 2:6), para exemplo a todos que vivem impiamente. Os dois autores inspirados usam a palavra “exemplo” para mostrar que, o que aconteceu aquelas cidades, irá acontecer e da mesma maneira a todos que não aceitaram o plano de Salvação de Deus.
A Sodoma e Gomorra desceu fogo do Céu (fogo eterno) e as consumiu, transformou em cinza aos ímpios om mesmo exemplo; “desceu fogo dos céu e os consumiu” (Ap 20:10); transformou-se em cinza (Ml 4:3).

FOGO QUE NÃO SE PAGARÁ

Jeremias 12:27 traz a profecia que o Senhor poria fogo em Jerusalém. “fogo que não se apagará”, vaticinou o profeta. Em Lm 4:11, o próprio profeta afirma que Deus cumprira com o que havia prometido. Novamente em II Cr 36:19 e 21, a Bíblia diz que fora cumprido o que profetizara Jeremias. Jerusalém não está queimando até hoje, Por quê? Será que falhou a profecia? Não, Deus, jamais falha. O fogo não se pagaria enquanto existisse o que queimar. Esse princípio é o mesmo aplicado aos ímpios. O fogo não se pagará até que transforme tudo em cinza.

O DESTINO FINAL DOS ÍMPIOS

O destino final dos ímpios é a destruição, o aniquilamento. Assim diz a Bíblia:
Os ímpios serão transformados em cinza (Ml 4:1,3). A destruição será completa, pois será queimada a raiz do pecado, isto é, o originador do pecado Satanás, que também será transformado em cinza, e também os ramos, todos os ímpios (Is 5:24; Ez28:16-19).
Os ímpios se desfarão em fumaça, (Sl37:20);
Serão consumidos, (Ap 20:9 – SL 21:9);
Serão devorados pelo fogo, (Hb 10:27);
Serão completamente exterminados, (Na 1:15);

TERIA JESUS PROMETIDO AO LADRÃO, CONVERTIDO NA CRUZ, A ENTRADA NO PARAÍSO NAQUELE MESMO DIA?

            Compreendendo o que está escrito em Lucas 23:42, o texto diz: “E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando entrares em teu reino. Jesus lhe respondeu: em verdade, te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23:42,43).
            Analisemos alguns pontos desse texto:
1)      Não podemos ignorar o princípio de que a Bíblia não se contradiz. Portanto, é possível harmonizar o que aqui está escrito com o restante da Bíblia;
2)      A questão em torno da qual gira a polêmica é a ocasião em que os santos deverão “entrar” no Paraíso. Se Jesus prometeu ao ladrão convertido, entrada imediata no Paraíso estaria contrariando todas as Escrituras que afirmam que todos os salvos só receberão a recompensa na vinda de Jesus, ou seja, na ressurreição final (I Tes. 4:16,17).
Mat. 16:27, o próprio Jesus afirma que os salvos só irão ao Paraíso quando Ele vier em Glória. Ver também Mat 25:31-34.
O apóstolo Paulo que está prestes a ser executado por ordem de Nero, Imperador Romano, sabe o dia da sua morte, e afirma com convicção que a sua coroa (recompensa) está guardada e a receberá no dia da vinda de Jesus (II Tm 4:6-8,).
Os salvos recompensados na ressurreição dos justos (Lc 14:14,).
Jesus na sua vinda trará a recompensa a todos (Ap 22:12,).
Heb 11, A Galeria dos Vencedores. Aqui temos vários Santos Vitoriosos, que aguardam ainda o cumprimento da promessa. Os versos 39 e 40 do mesmo capítulo afirmam que “ainda não alcançaram promessa... para que sem nós não fossem aperfeiçoados”.
3)      O pedido do ladrão continha aspectos de uma grande verdade escatológica.
A Edição revista e atualizada diz: quando “vieres” no teu reino (Lc 23:42). Aquele homem sabia que:
a-      Jesus tinha um reino;
b-       E que esse reino viria no futuro;
c-      E que ele não iria para o reino, mas que esse reino viria buscá-lo.
4)      Jesus não foi ao Paraíso naquele mesmo dia; notemos Suas palavras a Maria em Jo 20:17: “...ainda não subi para o meu...”. Se Jesus, três dias depois, ainda não havia subido ao Pai, como poderia no mesmo dia ter estado com aquele homem no Paraíso? A afirmação de Jesus é que Ele estaria por três dias no seio da terra e que só depois ressuscitaria e subiria ao céu (Mt 12:40).
5)       O ladrão na cruz não morreu naquele mesmo dia. Notemos que um condenado na cruz geralmente levava dias para morrer. Alguns ficavam sofrendo vários dias e morriam de fome e sede. E chegando o sábado, os Judeus não permitiam que ficassem na cruz, e quebravam as pernas para que não fugissem, e passado o sábado, voltavam a prendê-los na cruz. E foi justamente isto que ocorreu aos ladrões crucificados com Cristo (Jo 19:3-33). Arnaldo B. Cristianini, em seu livro, subtilezas do erro, pág. 222, afirma: “depois de o sábado haver passado, sem dúvida esses dois condenados foram outra vez amarrados a cruz, e lá ficaram diversos dias, até morrerem (...). Se era necessário quebrar as pernas aos dois malfeitores, antes do pôr do sol, é porque não haviam morrido ainda, e viveram pelo menos um dia a mais do que o Mestre, na pior das hipóteses. Como podia um deles estar no mesmo dia junto de Jesus?”
Era algo incomum o crucificado morrer no mesmo dia da crucificação.  E Pilatos experiente em mandar pessoas para a cruz, ficou admirado quando soube que Jesus morrera no mesmo dia. Era um fato inusitado (Mc 15:44).
6)      Subsídios da língua original bíblica:
As pontuações, da maneira como usamos hoje, não existiam nos tempos em que o Novo Testamento foi escrito. Dessa forma o texto aparece assim: “Em verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso”.
A princípio, nem mesmo as palavras eram separadas. Gradativamente, foram introduzidas mudanças significativas na escrita. Até o quarto e quinto séculos, os textos dos Evangelhos não apresentavam nem pontos e nem vírgulas. No oitavo século foram introduzidos alguns sinais de pontuação. Os tradutores podiam transpor os textos da forma que mais convinha a sua convicção. Foi o que aconteceu com o texto em questão. O tradutor transpôs o texto conforme suas crenças na imortalidade da alma. E o texto ficou assim: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Existem traduções bem autorizadas que vertem o texto de Lucas 23:42,43 de forma a harmonizá-lo com o teor da Bíblia a respeito do galardão no reino quando Jesus voltar. São elas: Tradução Trinitariana, em português editada e 1883, e versão inglesa. Essas versões traduzem assim o texto completo: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres no teu reino. na verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso”.
O ladrão arrependido crê que o Senhor Jesus voltará para implantar o reino pede que seja lembrado por ocasião de Sua vinda. E Jesus lhe assegura de forma solene: “Hoje, te digo, você estarás comigo no Paraíso”.
Conclusão fatal é que Lc 23: 42,43 não fornece comprovação para a teoria da imortalidade inata do homem e seu imediato galardão após a morte.

PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO

Os que defendem a doutrina da imortalidade da alma costumam usar a parábola do rico e Lázaro em Lucas 16:19-31 para comprovar suas doutrinas. A interpretação errônea dessa parábola contradiz toda a Bíblia. O propósito desta pesquisa é buscar de maneira segura a compreensão da parábola e do que Jesus queria ensinar ao transmitir esta parábola.

O QUE É UMA PARÁBOLA

A palavra parábola vem do grego “parabolé”, que significa ilustração comparação. E a Bíblia confirma isso (Ez 17:2). Nos Evangelhos, uma parábola é uma narrativa utilizada como recurso didático a fim de facilitar a compreensão de uma verdade espiritual. Na Parábola do Semeador, o Senhor Jesus utilizou-se de um fato corriqueiro bastante conhecido pelos seus ouvintes, para ilustrar verdades do seu reino, tornando-as mais compreensíveis para os seus discípulos.
Há alguns princípios de interpretação que precisamos usar quando estudamos uma parábola:
1-      Uma Parábola ilustra uma verdade, e não é uma verdade em si mesma. No livro de Juízes 9:8-15, encontramos uma parábola que diz que as árvores do bosque se reuniram para escolher um rei que governasse sobre elas. Não é verdade que árvores fazem eleições, mas alguém transmitia uma verdade com essa narrativa.
2-      Não se pode fundamentar uma doutrina numa parábola. Se usarmos todos os detalhes de uma parábola para provar doutrinas, teríamos que dizer que Deus não tem boa vontade para atender nossas preces como na parábola do juiz iníquo (Lc 18:1-8), ou que Jesus ensinou ser desonesto como na parábola do administrador infiel (Lc 16:1-9).

O QUE JESUS QUERIA ENSINAR COM ESSA PARÁBOLA?

Algumas lições que podemos aprender com essa ilustração       
1.      Jesus estava combatendo a avareza. Os Judeus que o ouviam eram avarentos, menosprezavam os pobres, e se consideravam superiores pelo fato de que tinham mais posses terrenas, e eram insensíveis a fome e a dor alheia. Ainda consideravam que pobreza era sinal do desfavor de Deus. A lição ensinada na parábola é que os avarentos não vão para os céus.
2.      A oportunidade de nos prepararmos para a salvação é enquanto estamos vivos.
3.      Que a bíblia é suficiente para mostrar o caminho da salvação. “Tem aí Moisés e o profeta”.
Pontos a serem considerados:
            Visto essa parábola de forma literal, teríamos que admitir que o Paraíso é tão próximo ao lugar de tormento ou “inferno” que seria possível uma conversa entre os habitantes de ambos os lugares.
            Se essa fosse uma descrição real do homem na morte, então o céu certamente não seria um lugar de alegria e de felicidade, pois os salvos poderiam acompanhar de perto o sofrimento de seus entes queridos que se perderam. Como poderia uma mãe sentir-se feliz no céu contemplando ao mesmo tempo as agonias incessantes de seu filho no inferno? Seria praticamente impossível o cumprimento da promessa bíblica de que então “não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Ap 21:4). Através dessa parábola, Jesus queria mostrar aos Judeus que o parentesco com Abraão, do qual eles se orgulhavam, não era suficiente para conduzi-los a salvação, mas que eles precisavam de um Salvador.
            A parábola conta que o mendigo foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. O Senhor Jesus usou crenças judaicas baseadas na tradição, de que Abraão estava sentado à porta do Paraíso, recepcionado as pessoas que ali chegavam acomodando-as em seu regaço; daí o termo seio de Abraão. A verdade revelada pela Bíblia é que o próprio Abraão descansa no pó aguardando ressurreição (Lc 20, 37-39; Hb 11:39-40).
             Por sua vez, o rico foi colocado na sepultura, traduzido como inferno, do grego HADES, que significa “habitação dos mortos”. Observe que o Senhor Jesus também esteve no HADES, que também é traduzido como “inferno” (sepultura), (At 2:24-27 e 31). Esse texto afirma que Jesus ressuscitaria, não ficaria preso a tumba e nem a morte, o seu corpo não veria a corrupção, ou seja, não se decomporia (não se estragaria). HADES ou inferno ou sepultura é o lugar que foi o rico e o mesmo que vai todo defunto que é sepultado, para onde foi o Senhor Jesus após sua morte (Ef4:9) e permaneceu até a sua ressureição , por um período de três dias. Não teria sentido dizer que Jesus foi a um lugar de tormento e esteve num inferno de fogo e sofrimento. Leia Mt 13:47-50.
           
ALMAS DEBAIXO DO ALTAR
AP 6:9
Poderia a Bíblia aqui está afirmando a existência da imortalidade da alma? Vamos analisar:
            O altar apresentado no quadro profético era provavelmente reminiscências do altar de bronze do santuário dos hebreus, e os mártires podem ser lembrados como sacrifícios apresentados a Deus. Como o sangue das vítimas era derramado à base do altar, e a vida da carne está no sangue, às almas daqueles que foram martirizados são comparados como estamos debaixo do altar (Lv 4:7 e 17:11,14).
            O altar corresponde nesta liturgia ao altar dos holocaustos (I Reis 8:64). Os mártires, testemunhas da palavra, são associados ao sacrifício de Cristo (Fl 2:5-8). Segundo a concepção bíblica e oriental, a vida reside no sangue. Aqui, as vidas dos mártires estão a base do altar celeste onde se consumam os seus sacrifícios (Lv 4:7).
             As almas debaixo do altar apresentadas por João nesta passagem são uma representação simbólica aos filhos de Deus que foram martirizados na Idade Média por causa do Evangelho. O sangue ou vida que seus perseguidores derramaram simbolicamente clama a Deus pedindo vingança a exemplo do sangue de Abel, em Gn 4:10, que clamava a Deus.
O significado aqui da palavra alma, do grego PSUCHÊ, é vida.
            Interpretar esta passagem de forma literal seria dizer que no céu as almas estariam presas debaixo de um altar desejando vingança.  E isto seria um disparate indescritível, pois os que chegarem ao céu jamais desejarão a morte de ninguém, mesmo que sejam seus inimigos (Mt 5:44).
            Se aceitássemos o relato como real, essas almas no céu e os ímpios perseguidores no inferno, segundo a crença popular, qual a razão de clamarem ainda por vingança, já que os seus torturadores estavam pagando seu merecido castigo?
            Esta passagem traz uma mensagem de conforto para os que sofreram, sofrem e sofrerão por Cristo, o cuidado incessante de Deus em favor dos que aceitaram o seu plano de Salvação.
            Muitos não podem compreender por que Deus permite que alguns de seus filhos fiéis sejam maltratados pelos ímpios. Embora o procedimento divino por vezes esteja além de nossa limitada compreensão, de uma coisa podemos ter certeza: Deus fará Justiça dando o galardão aos fiéis e deixando que os ímpios sejam destruídos.
            No capítulo 6 de Apocalipse, João apresenta uma profecia dos acontecimentos que se realizariam durante a Era Cristã. A referência as “almas debaixo do altar” (Ap 6:9) relaciona-se com a época da inquisição, período em que os Cristãos eram martirizados. Tanto a história secular, quanto a Bíblia Sagrada, nos informa que milhares e milhares doam chamados hereges foram barbaramente massacrados e mortos por todos os meios imagináveis. O contexto geral das escrituras nos impede de tomar esta passagem em seu sentido literal, pois se assim fosse, teríamos de aceitar a morte e o inferno cavalgando um cavalo literal através da terra (Ap 6:8).

HÁ COMUNICAÇÃO ESNTRE VIVOS E MORTOS?
I SAM 28:11-20
O episódio entre e a pitonisa de Endor, registrado em I Sam 28, é usado por pessoas que acreditam em vida após a morte na tentativa de provar que é possível se comunicar com os mortos. À luz da Bíblia, é impossível que isso aconteça. (Ec 9:5); e um estudo acurado desses textos nos fará compreender o que na verdade aconteceu ali.
            A narrativa do texto é feita segundo a perspectiva das pessoas que participaram do episódio, e conforme suas crenças. Analise atentamente:
            Verso 13: O rei pergunta “O que vês?”. Então a mulher disse a Saul: “Vejo Deuses que sobem da terra”. Haveria debaixo da terra morada de deuses? Samuel virou um Deus após sua morte?
            Verso 14: aqui temos dois problemas; a feiticeira viu um homem envolto numa capa que vinha subindo e Saul “entendeu” que era Samuel. Verso 15: “por que desinquietaste-me fazendo subir?”.
Se a recompensa fosse imediatamente após a morte, Samuel não deveria estar no Céu?  Como subiu da terra? A ideia de que existe debaixo da terra um lugar onde existem deuses e as pessoas que morrem se transformam em deuses não está na Bíblia.
O outro probleminha: Saul não viu Samuel, e pela descrição da mulher, “entendeu que fosse o profeta”, engano típico do inimigo para fortalecer suas doutrinas. Verso 19: Samuel disse: “amanhã tu e teus filhos estarão comigo”. Como poderiam seguir para onde estava Samuel? Saul havia sido desamparado por Deus, por causa dos seus sucessivos erros e pecados (veja verso 16). Como poderia morrer e se unir a Samuel? Samuel é citado na Galeria dos Vencedores pela fé, em Hebreus 11, e o destino desses é o Céu. São dois destinos diferentes. Jamais poderia o rei ímpio ir para o Céu, ou Samuel Santo ir para o inferno. A crença que realmente era Samuel aqui contraria toda a Bíblia.


ESPÍRITOS EM PRISÃO
I PE 3:18-21

Quem são os “espíritos em prisão” para os quais Jesus pregou em I PE 3:19-21? O texto está falando da possibilidade de serem batizadas pessoas que já morreram?
Por Albert R. Timm:
Alguns comentarista bíblicos identificam a pregação aos “espíritos em prisão” mencionada em I Pedro 3:19 como uma suposta pregação de Cristo, após Sua morte e antes de Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos dias de Noé.
A primeira dessas teorias é inaceitável, pois contraria o claro ensino bíblico (1) de que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o Juízo” (Hb 9:27); e (2), de que “os mortos permanecem inconscientes na sepultura até o dia da ressureição (ver Jo 14:10-12; Sl 146:4; Ec 9:5,10; I Cor 15:16-18; I Ts 4:13-15). Seria, portanto, completamente antibíblico  pretender que Cristo, enquanto repousava na sepultura, ou mesmo após a ressurreição haja descido ao Inferno para estender uma nova oportunidade de Salvação aos pretensos espíritos desencarnados dos antediluvianos.
Já a teoria de que Cristo pregou, após Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos dias de Noé não consegue responder satisfatoriamente questões básicas: que necessidade haveria de Cristo pregar aos anjos caídos, sendo que estes já não tinham mais acesso a Salvação? (ID 6). Como conciliar o fato de I Pedro 3:20 qualificar esses “espíritos em prisão” como havendo sido desobedientes “noutro tempo” com o conceito bíblico de que os anjos maus continuam desobedientes até hoje? (Ef 6:12; I Pe 5:8).
Analisando detidamente o conteúdo de I Pedro 3:18-21, percebe-se em primeiro lugar que a pregação aos “espíritos em prisão” foi levada a efeito por Cristo em Sua condição original glorificada. Essa interpretação é sugerida pela própria construção da frase “morto sim na carne, mas vivificado no espírito” (verso 18); tomada isoladamente, pode ser vertido também como “vivificado pelo Espírito” (com referência ao Espírito Santo). Mas quando aplicado especificamente a Cristo e usada em contrate com a expressão “na carne”, a tradução mais apropriada é “vivificado no espírito”.
Já os “espíritos em prisão” (verso 19) que foram o alvo da pregação de Cristo, são identificados no verso 20 como sendo os “desobedientes” antediluvianos dos “dias de Noé”. O termo espírito (grego pneuma) é usado nesse texto e em outras partes do Novo Testamento (I Cor 16:18; GL 6:18) como referência a pessoas vivas capazes de ouvirem e aceitarem o convite da Salvação. Por sua vez, a expressão “em prisão” refere-se obviamente não a uma prisão literal, mas a prisão do pecado em que se encontra a natureza humana carnal não regenerada (ver Rm 6:1-23 e 7:7-25).
Diante disso, somos levados à evidente conclusão de que a pregação de Cristo aos antediluvianos impertinentes foi efetivada através de “divinamente instruído” por Deus (Hb 11:7) e qualificado pelo próprio apóstolo Pedro como “Pregador da Justiça” par os contemporâneos (II Pe 2:5).
Pedro evoca, então, à lembrança a analogia de Cristo entre os “dias de Noé” e os últimos dias (ver Mt 24:37-39). Assim, como Noé e sua família foram salvos da morte “através da água” do dilúvio pela Arca (I Pe 3:20), os Cristãos são salvos da morte espiritual através do “batismo” por meio da ressurreição de Jesus Cristo (verso 21; ver Rm 6:4-14); Portanto, os que previamente se arrependeram de seus pecados (At 2:38) e creram em Jesus Cristo (Mc 16: 15 e 16).

Autor: Messias Abrantes.

Fonte: Sinais dos Tempos, Julho de 1997, Pg. 29, usado com permissão.

Um comentário :

  1. Meu Deus que estudo profundo parabéns professor!!! Que Deus abençoe sua vida.

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